Ordem do Rio Branco virou uma ‘distinção’ indistinta
Lula Marques/Folha
Festeja-se neste 20 de abril o Dia do Diplomata. Como faz todos os anos, o Itamaraty condecorou brasileiros ilustres com a Ordem do Rio Branco.
Trata-se de uma comenda criada em fevereiro de 1963, sob João Goulart.
É oferecida a pessoas que, “pelos seus serviços ou méritos excepcionais, se tenham tornado merecedoras de distinção”.
Entre os agraciados de 2010 estão a primeira-dama Marisa e a vice-primeira-dama Mariza.
A lista inclui também dois servidores da Presidência: Erenice Guerra e Bruno Gaspar.
Ela, ex-segunda de Dilma Rousseff, acaba de ser guindada à chefia da Casa Civil.
Ele, espécie de sub do sub, é assessor do assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia.
Os “méritos excepcionais” das mulheres de Lula e de Alencar são desconhecidos.
O feito mais conhecido de Erenice é a coordenação do levantamento de dados que ficou conhecido como dossiê de gastos sigilosos de FHC e Ruth Cardoso.
Quanto a Gaspar, ganhou fama em julho de 2007. Deu-se nas pegadas do célebre acidente com o avião da TAM, em Congonhas.
O assessor foi pilhado numa cena na qual celebra, junto com o chefe, a notícia de que o acidente decorria de falha técnica (reveja abaixo).
Reação do assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, ao assistir ao "Jornal Nacional" que levantou a possibilidade de problemas mecânicos no avião da TAM que se acidentou em São Paulo.
Como se vê, o Itamaraty converteu a Ordem do Rio Branco numa “distinção”, por assim dizer, indistinta. Virou qualquer coisa.
O barulhinho que se ouve ao fundo é o ruído do barão de Rio Branco festejando, no túmulo, a inclusão entre os agraciados do artilheiro sérvio Dejan Petković, do Flamengo.
Méritos excepcionais? Pelo menos fez um bocado de gols.
Escrito por Josias de Souza às 17h18
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