Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

terça-feira, 27 de abril de 2010

Curta história de Ciro Gomes


Falta de apoio para candidatura presidencial marca trajetória de Ciro Gomes



Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Comentários de Ciro afastam aliados

  • Deputado atraiu ACM em 2002, mas declaração sobre burrice de eleitor em uma rádio os afastou
    Deputado atraiu ACM em 2002, mas declaração sobre burrice de eleitor em uma rádio os afastou
Há 12 anos, o sucesso do Plano Real impulsionou a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso, que, com um amplo arco de aliados, venceu no primeiro turno. Em 2002, a derrocada veio com uma sucessão de comentários “desarrazoados e de mau gosto”, como o próprio autor os definiu. Nesta terça-feira (26), o deputado Ciro Gomes (PSB-CE), 52, se prepara para ver seu sonho de chegar ao Palácio do Planalto se desfazer pela terceira vez por conta da falta de apoio político dentro de seu partido e fora dele.
Paulista de Pindamonhangaba, Ciro tem sua trajetória política arquitetada no Ceará, Estado onde passou a maior parte de sua vida e que governou entre 1990 e 1994. Ex-ministro da Integração Nacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado tem raízes na cidade de Sobral, a 230 km da capital Fortaleza. Nessa cidade, entrou para a vida pública no PDS, sigla originária do grupo que deu sustentação ao Regime Militar (1964-1985). Depois, militaria por PMDB, PSDB, PPS e, atualmente, PSB.
Em 1976, formou-se em Direito pela Universidade Federal do Ceará (UFCE) e tentou o ativismo estudantil como candidato a vice-presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes). O vínculo de sua família com o PDS, no entanto, fez minguar suas chances de vitória e seu grupo, tachado de direitista, foi derrotado. O deputado diz que sua filiação à sigla serviu para evitar pressões a seu pai, funcionário público.
A primeira vitória eleitoral veio em 1982: tornou-se deputado estadual. Instalado, migrou para o PMDB, partido pelo qual se reelegeria quatro anos depois. Naquele período, aproximou-se do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), um dos mais proeminentes defensores cearenses da redemocratização do país, e conheceu sua primeira mulher, a atual senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), mãe de três filhos seus.
Em 1988, quando não vivia às turras com o ex-presidente Fernando Henrique nem com o presidenciável tucano José Serra, Ciro Gomes transferiu-se para o PSDB, que faria dele, aos 31 anos de idade, o mais jovem prefeito de Fortaleza. Dois anos depois, foi o primeiro governador de Estado no partido, tendo como bandeira programas de redução da mortalidade infantil e no saneamento público.
A alta popularidade no Ceará ampliou sua influência no PSDB no período do impeachment de Fernando Collor de Mello, no governo de Itamar Franco e na execução do Plano Real. Essa proeminência fez dele ministro da Fazenda em 1994, depois da queda de Rubens Ricupero. Em Brasília, a retórica áspera com os adversários e aliados começou a ganhar forma. Sobre o empresariado, disse uma vez: “Não estou ligando para o apoio deles”. Até que rompeu com os tucanos.
Candidaturas à Presidência
Duro crítico da dívida pública brasileira, que disse ter explodido por causa de Fernando Henrique, Ciro Gomes se filiou em 1996 ao PPS, recém-fundado com políticos originários do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Era o início da arquitetura de sua primeira candidatura ao Palácio do Planalto. Apesar de dizer que foi boicotado pela mídia, que daria preferência a FHC e ao futuro aliado Lula, ele terminou em terceiro lugar, com quase 7,5 milhões de votos – cerca de 11% do total. Ao seu lado, tinha apenas o próprio partido, o PL e o PAN, enquanto o tucano abrigava gigantes como PFL (hoje Democratas) e PMDB e o petista recebia apoio de siglas de esquerda, como PDT e PCdoB.
Depois da primeira derrota presidencial, Ciro divorciou-se da mulher para namorar a atriz Patrícia Pillar, sua companheira até hoje. Ela já aparecia ao lado do deputado em 2002, ano em que apresentou aliados mais robustos, como PDT e PTB. A “Frente Trabalhista” encabeçada por ele chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto o bastante para ameaçar a provável vitória de Lula.
Declarações do candidato do PPS, no entanto, fizeram-no despencar nas sondagens e afastaram o apoio de parte do PFL, notoriamente do senador baiano Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), e de partes do PMDB, que acabaram dividindo seu apoio entre o petista, que venceria as eleições, e Serra, candidato do PSDB. A derrocada do presidenciável veio quando, em uma “gracinha de mau gosto”, disse que o papel de Patrícia Pillar em sua campanha era dormir com ele.
Terminou em quarto lugar, atrás do presidente, de Serra e do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, então no PSB. Com quase 12% dos votos válidos, Ciro apoiou Lula no segundo turno, embora tivesse dito durante a campanha que a vitória do petista significaria embarcar o Brasil “em uma aventura”. Em 2003, tornou-se ministro da Integração Nacional e responsável por um dos projetos mais ambiciosos do governo: a transposição do rio São Francisco. Admitiu que errou sobre Lula.
Uma disputa com o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), afastou Ciro do partido e o fez migrar para o PSB. Ali começou a construir sua terceira candidatura presidencial, ciente de que não concorreria em 2006 para apoiar a reeleição de Lula. Em 2005, foi um dos principais articuladores do governo para evitar maiores estragos com a crise do mensalão: conversou com os então governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e São Paulo, Geraldo Alckmin, para evitar a derrubada do presidente.
Frustração
Incomodado com a aproximação de Lula com lideranças controversas do PMDB, como os senadores José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL), Ciro diz ter recusado ser ministro no segundo mandato do petista. Candidatou-se a deputado federal e foi eleito com mais de 667 mil votos – a maior votação proporcional de um parlamentar na Casa.
A agenda arrastada e os debates desconexos, sempre de acordo com o deputado, afastaram-no da vida parlamentar e ele começou a articular sua candidatura à Presidência da República como representante da continuidade do atual governo. Apesar da amizade, Lula preferiu indicar a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para sucedê-lo. Ainda em 2008, com a melhora dos resultados econômicos, sinalizou que queria ver em 2010 uma disputa polarizada entre ela e um rival tucano.


Desde então, Ciro se esforçou para vender a tese de que Dilma é inexperiente em campanhas eleitorais e que a falta de experiência pode custar sua eleição. Indicou desde o início que se não fosse para o segundo turno, apoiaria a petista contra seu ex-amigo e agora arquirrival Serra, indicado como presidenciável tucano apenas neste ano. Não convenceu Lula. Esforçou-se para minar o ex-governador paulista para favorecer seu amigo Aécio, tido como mais conciliador. Deu errado. Por fim, exigiu uma consulta a diretórios estaduais do PSB para avaliar as condições políticas. A preferência deles foi aliar-se ao PT para elegerem mais governadores, entre os quais o próprio irmão de Ciro, o governador cearense Cid Gomes.
Ao notar que tinha se transformado em um ex-candidato, Ciro atirou contra aliados e adversários. Chamou o PMDB, aliado de Dilma, de “ajuntamento de assaltantes”. Afirmou que a petista tem menos capacidade de governar que seu rival Serra. Acusou o tucano de ter “ódio no coração” e de ser “uma cobra”. Prometeu afastar-se da política por alguns meses, mas não descartou voltar para declarar apoio ao projeto endossado por Lula. “Daqui 15 anos, terei a idade que Serra tem hoje”, disse recentemente ao projetar novas candidaturas à Presidência. Elas provavelmente virão.

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