Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tendência maior é segundo turno

O SEGUNDO TURNO É A MAIOR PROBABILIDADE!
                 
     
1. O Datafolha divulgou sua última pesquisa com uma pequena diferença a favor de Dilma para se chegar ao segundo turno. Para este Ex-Blog, a tendência continua a mesma. Em pesquisa de campo, na terça e quarta (Nova Iguaçu, Pavuna, Bangu e Itaguaí), se comprovou que o voto evangélico vai migrando para Marina lentamente, mas de forma clara.
                      
2. A inibição em abrir o voto, especialmente das mulheres evangélicas, explica porque o Datafolha não pôde identificar a progressão da tendência. Mas ela pode ser avaliada qualitativamente nas ruas através de conversas que o entrevistador não pode fazer para manter a distancia do pesquisado.
                    
3. O fato mais evidente é a iniciativa de Dilma em procurar ontem, lideranças religiosas -evangélicas e católicas- e tentar se justificar sobre o aborto. Em política, quem se explica, se fragiliza; quem não "joga com as brancas", perde.


Ex-blog CM
                           

Debate final

Debate na TV Globo é considerado decisivo por candidatos

Com a disputa presidencial indefinida, como mostra a pesquisa Datafolha publicada hoje, o debate de encerramento do primeiro turno, hoje à noite na Rede Globo, adquiriu importância vital para as campanhas dos três principais candidatos.
A coordenação de campanha de Dilma Rousseff (PT) afirma que não vai atacar os adversários e evitará fazer perguntas diretas a José Serra (PSDB). Seu foco será na defesa do governo Lula.
Segundo assessores, no entanto, caso atacada, Dilma "estará pronta" a rebater.

A campanha acredita que o formato do debate da TV Globo é o mais "confortável" para a petista. Como ela ainda usa a bota ortopédica --fruto de uma lesão nos ligamentos--, a organização do evento desistiu do formato em que os candidatos caminhariam pelo palco.
Apostando em mais um embate entre Dilma e Marina Silva (PV), José Serra (PSDB) investirá numa linha light.
Embora tenha recolhido munição para ataques ao governo, Serra torce para que se repita o cenário do debate de domingo, na TV Record, quando a crise na Casa Civil foi abordada 12 vezes. Nenhuma delas por ele.
O candidato reconheceu a interlocutores que teme, porém, a imprevisibilidade de Marina. Como Serra terá que endereçar suas perguntas à verde, ele se preocupa com a agressividade das respostas.
A exemplo de domingo, Serra pretende evitar perguntas diretas a Dilma. "Quando você pergunta, a última palavra fica com ela", alegou a interlocutores.
Sua intenção é falar ao eleitor de renda familiar inferior a cinco salários mínimos --exaltando promessas como o 13º salário para os beneficiários da Bolsa-Família e o salário-mínimo de R$ 600.
Como munição, o candidato reúne informações sobre Correios e aumento das tarifas do setor elétrico.

MARINA
Marina promete repetir a performance mais incisiva do debate da Record, domingo passado, quando conseguiu acuar Dilma e Serra.
Aliados falam num comportamento "assertivo e afirmativo", diferente do exibido pela candidata nos encontros anteriores, em que ficou à sombra dos rivais.
Ela preparou novas perguntas sobre o escândalo na Casa Civil, que reduziu as intenções de voto em Dilma, e os gastos do governo paulista na gestão Serra.
"Os assuntos estão aí para serem esclarecidos à sociedade. Se não forem abordados por outros candidatos, a Marina vai tratar deles", diz João Paulo Capobianco, coordenador da campanha.
A avaliação no PV é que Marina teve seu melhor desempenho na Record e conseguiu capitalizá-lo no dia seguinte na cobertura dos jornais, que deram destaque às suas declarações.
A senadora cancelou os compromissos marcados para ontem e dedicou todo o dia à preparação num hotel na Barra da Tijuca, no Rio.

RETROSPECTO
Nos encontros da Band (5 de agosto), da Folha/ UOL (18 de agosto), Folha/RedeTV! (12 de setembro) e Record (26 de setembro), os três fizeram uns aos outros 39 perguntas --13 cada um.
Líder nas pesquisas de intenção de voto desde o início da temporada de debates, Dilma quase sempre usou a estratégia de fazer perguntas que lhe dessem chance de desfilar números do governo.
Apesar disso, não teve como escapar dos embates com Serra --a quem chamou de "caluniador"--, a responder sobre vazamentos na Receita e lobby na Casa Civil.
Serra iniciou a série de debates de forma agressiva. No último debate, entretanto, os questionamentos mais duros a Dilma couberam a Marina.
Já Marina fez o oposto: com atuação suave e "apagada" no início, passou a ser mais enfática.


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Debate TV Record - Melhores momentos








Dillma vem caindo em todas as classes e regiões do Brasil


Dilma perde votos em todas as regiões e grupos, e vantagem cai de 14 para 2 pontos em duas semanas; cresce chance de 2º turno; rejeição a petista vai a 27%

Pesquisa Datafolha publicada na Folha desta terça mostra que, a seis dias da eleição presidencial de 3 de outubro, a disputa está muito perto do segundo turno. Em cinco dias, a intenção de voto na petista Dilma Rousseff caiu de 49% para 46%; o tucano José Serra se manteve estável em 28%, e Maria Silva, do PV, oscilou de 13% para 14%. Há cinco dias, Dilma tinha 54% dos votos válidos; agora, tem 51%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.
Em duas semanas, a vantagem de Dilma sobre os demais concorrentes caiu de 14 para apenas dois pontos. Ela cai ou oscila negativamente em todas as regiões e estratos da população. A petista também atingiu seu índice mais alto de rejeição: 27%.
Informa a Folha:
“Uma das maiores baixas [de Dilma] (queda de 5 pontos nas intenções de voto) se deu entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos (entre R$ 1.021,00 e R$ 2.550,00). Cerca de 33% da população brasileira se encaixa nessa faixa de renda. Dilma vem perdendo votos desde a segunda semana de setembro. Foi quando o escândalo envolvendo tráfico de influência na Casa Civil levou ao pedido de demissão de sua ex-principal assessora, Erenice Guerra.
De lá para cá, o total das intenções de voto em Dilma caiu de 51% para 46%. Já a soma de seus adversários subiu de 39% para 44%. (…) A pesquisa mostra também que houve forte “desembarque” da candidatura Dilma entre as mulheres (queda de 47% para 42%) e entre os eleitores mais escolarizados, com curso superior. (…) A queda foi de sete pontos, de 35% para 28%. (…). Nessa faixa de escolaridade, Dilma já é a terceira colocada na disputa presidencial (tem 28%), atrás de Serra (34%) e Marina (30%).”
Segundo turnoA distância entre Dilma e Serra também caiu na simulação de segundo turno:  há cinco dias, ela tinha 55% das intenções de voto; agora, tem 52%. Serra, que tinha 38%, aparece agora com 39%. A diferença, que já chegou a ser de 22 pontos, é agora de 13. Caso haja o segundo turno e os números sejam mesmo esses, Serra teria de tirar perto de sete pontos de Dilma para vencer.
O passado e os númerosEm 2006, o primeiro turno da disputa ocorreu no dia 1º de outubro. O Datafolha publicou, então, uma pesquisa no dia 22 de setembro. Lula aparecia com 49% das intenções de voto, e o tucano Geraldo Alckmin, com apenas 31%; Heloísa Helena, do PSOL, vinha com 7%. O petista contava com 55% dos votos válidos — na pesquisa ao menos, a situação era mais confortável do que a de Dilma hoje.
No dia 27, um dia antes do debate na Globo, Lula mantinha os mesmos 49% (53% dos válidos), e Alckmin aparecia com 33%; Heloísa Helena ia a 8%. Três dias depois, na véspera da disputa, o tucano saltava para 38%, e o petista ia a 50%, com Heloísa Helena chegando a 9%. Computadas as urnas no dia seguinte, o candidato do PSDB obteve 41,64% dos votos válidos; o petista, 48,61%, e a candidata do PSOL, 6,85%.
O que vai acontecer?Já disse que não sei. Se vocês lerem os textos anteriores, vão ver que me nego a dar uma de adivinho — tenho deixado isso, CURIOSAMENTE, para alguns (ir)responsáveis por certos institutos de pesquisa, que já não se contentam em divulgar os números que apuram: comportam-se também como pitonisas — na hipótese de que não se comportem como um táxi,  é claro.
Por Reinaldo Azevedo



Tudo indica que haverá 2º turno

Datafolha: será uma longa noite de apuração

Fernando Rodrigues
Afunilamento entre Dilma e demais deve deixar resultado para perto da meia-noite de domingo

A julgar pelos resultados da pesquisa Datafolha, é real a possibilidade de haver segundo turno na disputa presidencial. Quando se consideram os votos válidos na pesquisa realizada ontem (27.set.2010) e publicada hoje(28.set.2010) pela “Folha”, Dilma Rousseff (PT) tem 51% contra 49% de todos os seus adversários somados. Ou seja, há um empate técnico –pois a margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

José Serra (PSDB) tem 32% dos votos válidos. Marina Silva (PV) está com 16%. Todos os outros candidatos somam 1%. Aqui, todas as pesquisas eleitorais.

Ou seja, confirmado esse cenário, a apuração da noite do dia 3 de outubro, domingo, será emocionante para todos até o último minuto. Num cenário assim, dificilmente o resultado sairá muito antes da meia-noite.

É importante considerar que em outras eleições diretas para presidente a pontuação do primeiro colocado nunca foi muito diferente da que Dilma tem hoje.

Em 1994, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu no primeiro turno com54,3% dos votos válidos. Em 1998, ganhou também no primeiro turno com53,1% dos válidos.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não conseguiu vencer no primeiro turno, mas teve votações expressivas. Em 2002, foram 46,4% dos votos válidos. Em 2006, o petista atingiu 48,6% dos válidos.

No caso de Dilma, não há como fazer um prognóstico certeiro –se ganha ou não no primeiro turno. Mas há indícios de que a petista passa por algumas dificuldades.

Há duas semanas, Dilma tinha uma vantagem de 14 pontos sobre todos os concorrentes somados. Agora, são apenas dois pontos.
Na semana passada, Dilma perdeu dez pontos entre eleitores que têm renda média mensal de 5 a 10 salários mínimos. Agora, houve uma sangria de cinco pontos entre os que têm renda de 2 a 5 salários (um terço do eleitorado). É natural que um movimento de perda de votos comece entre os eleitores mais afluentes (ricos e mais escolarizados). Em seguida, a onda pode parar... ou continuar. No caso de Dilma, a tendência lentamente se propagou.

Isso quer dizer que ela não vai ganhar no domingo? Não há como responder com precisão no momento. Pesquisas não medem o futuro, mas o momento em que são realizadas. Na quinta-feira haverá uma nova pesquisa Datafolha e será possível aferir o que se passa numa data mais próxima da eleição.

Em resumo: 1) Dilma está em primeiro lugar, mas sua posição confortável para vencer no primeiro turno não existe no momento; 2) o desfecho de domingo é imprevisível.


A tendência agora é segundo turno

Vantagem de Dilma sobre a soma dos adversários cai a 2 pontos, diz Datafolha

A seis dias da eleição, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, já não tem mais garantida a vitória em primeiro turno, revela nova pesquisa Datafolha realizada ontem em todo o país.
Segundo o levantamento, Dilma agora perde votos ou oscila negativamente em todos os estratos da população.
Nos últimos cinco dias, Dilma perdeu três pontos percentuais entre os votos válidos que decidirão o pleito. Ela recuou de 54% para 51% _e precisa de 50% mais um voto para ser eleita.
Como a margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, Dilma pode ter 49% dos votos válidos. Ou 53%, o que a levaria ao Planalto sem passar por um segundo turno eleitoral.
Ainda considerando os votos válidos, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, apenas oscilou positivamente, de 31% para 32%.
Marina Silva, do PV, também oscilou positivamente dentro da margem de erro. Passou para 16%, ante os 14% que tinha na última pesquisa, realizada entre os dias 21 e 22 de setembro.
Houve queda ou oscilação negativa para a candidata escolhida pelo presidente Lula para sucedê-lo em todos os estratos da população, nos cortes por sexo, região, renda, escolaridade e idade.
Uma das maiores baixas (queda de 5% nas intenções de voto) se deu entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos (entre R$ 1.020,00 e R$ 2.550,00). Cerca de 33% da população brasileira se encaixa nessa faixa de renda.
Dilma vem perdendo votos desde a segunda semana de setembro. Foi quando o escândalo envolvendo tráfico de influência na Casa Civil levou ao pedido de demissão de sua ex-principal assessora, Erenice Guerra.
De lá para cá, o total das inteções de voto em Dilma caiu de 51% para 46%. Já a soma de seus adversários subiu de 39% para 44%.
Considerando somente os votos válidos, a diferença entre Dilma e os demais candidatos despencou de 14 pontos há duas semanas para dois pontos agora.
A pesquisa mostra também que houve forte "desembarque" da candidatura Dilma entre as mulheres (queda de 47% para 42%) e entre os eleitores mais escolarizados, com curso superior.
Na simulação de segundo turno entre Dilma e Serra, a vantagem da petista também caiu. No levantamento anterior, Dilma tinha 55% das intenções de voto. Agora, tem 52%. Serra, que antes tinha 38%, agora tem 39%.


sábado, 25 de setembro de 2010

Serra tem o apoio formal do Estadão

Em editorial, o Estado de S. Paulo apóia Serra


A acusação do presidente da República de que a Imprensa “se comporta como um partido político” é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside.
E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre “se comportar como um partido político” e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.
Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.
Efetivamente, não bastasse o embuste do “nunca antes”, agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder.
É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir.
O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.
Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa – iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique – de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana.
Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.
Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia – a começar pelo Congresso.
E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o “cara”. Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: “Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?”
Este é o mal a evitar.


Infelizmente agora difícil reverter a eleição presidencial

DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

2º turno só se rivais do PT virarem 5 milhões de votos


José Roberto de Toledo
As oscilações registradas pela pesquisa Ibope se devem principalmente à conversão dos indecisos. Eles caíram de 8% para 5% em uma semana e beneficiaram os candidatos de oposição.
Com isso, a soma de brancos, nulos e indecisos chegou a 10%. Está muito próxima do que foram os brancos e nulos na eleição de 2006: 8,4%
Logo, a fonte de votos dos indecisos está se esgotando como fator de crescimento dos oposicionistas. Na semana que falta até a eleição, José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) precisarão, necessariamente, "roubar" eleitores de Dilma Rousseff (PT) para conseguir levar a eleição para o segundo turno.
Não é uma tarefa fácil. Dilma tem cerca de 10 milhões de votos a mais do que a soma dos adversários. Se cooptarem metade, ou seja, 5 milhões de eleitores, haveria uma boa chance de segundo turno. Isso equivale a virar 625 mil votos por dia, de hoje até a eleição.
Para isso ocorrer, é necessário um fato novo. As denúncias apresentadas até aqui contra a candidatura da petista parecem estar perto do limite de seu impacto eleitoral.
A queda da ministra Erenice Guerra, da Casa Civil, teve um impacto limitado sobre a eleição.
Apenas 27% dos eleitores souberam da demissão, tomaram conhecimento que a causa foi a acusação de que filhos da ministra intermediaram negócios com o governo e acham que isso é verdadeiro em algum grau. Mas 1 em cada 3 desses ainda vota em Dilma.
Na prática, apenas 9% dos eleitores admitem que o caso influenciou ou pode influenciá-los: 4% dizem que já mudaram de candidato e 5% afirmam que estão repensando seu voto. Porém, os percentuais são iguais para os eleitores de Dilma e de Serra. Logo, eventuais mudanças podem anular umas às outras.
A exigência de dois documentos para poder votar (título de eleitor e um documento com foto) não parece ser um fator decisivo no resultado da eleição.
Nada menos do que 95% sabem da exigência e estão preparados para levá-los à urna. Não há diferença nisso entre os eleitores de Dilma e de seus adversários.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Dillma sempre foi inexpressiva gerencialmente

SILOGISMO ELEITORAL!

1. “Aurélio” ensina que silogismo é a “dedução formal em que, postas duas premissas, delas se tira uma terceira, a conclusão”. O escandaloso caso da ministra Erenice é uma dessas premissas. E não há necessidade de detalhá-lo aqui: o noticiário é farto. A segunda premissa é o fato que Erenice foi, por muitos anos, auxiliar pessoal e direta da ministra Dilma, chegando à vice-ministra que, no Brasil, se conhece como secretária executiva do ministério. Por essa relação de total confiança, Dilma elevou Erenice à condição de ministra quando se desincompatibilizou para concorrer às eleições presidenciais. Partindo-se dessas duas premissas, deve-se ir à dedução formal, que será a conclusão.

2. Uma hipótese é que a ministra Dilma –pela proximidade com Erenice- teria responsabilidades pessoais e comuns no caso. Ou seja, que daria aval e encobriria as operações familiares. Quem conhece a ministra Dilma Rousseff sabe de sua correção pessoal e que, portanto, essa hipótese deve ser abandonada. Então, cabe apenas uma segunda hipótese. A ministra Dilma Rousseff não tem capacidade administrativa para desenvolver um sistema de controle, nem sobre seu entorno próximo. Sabe-se que dois atributos preliminares se exigem dos executivos: construir equipe e desenvolver um sistema de controle que o permita ter informações para decidir.

3. Os fatos mostram que Dilma não soube formar sua equipe, nem mesmo a equipe de seu entorno direto. Os fatos mostram, também, que Dilma não soube desenvolver um sistema de controle, nem sobre seu gabinete, nem sobre sua principal assessoria. A dedução formal que se tira das duas premissas, descartada a hipótese ética, é que a ministra Dilma não acumulou a experiência e o conhecimento administrativos que a propaganda oficial e sua postura e imagem sublinhavam nas aparições nos meios de comunicação.

4. Sendo assim, não resta outra hipótese que concluir que era falsa a imagem de uma executiva competente. Sua ascensão se deu duas vezes por contingências. A primeira foi a proximidade do ex-governador Olívio Dutra, que a teve como secretária de minas e energia do Rio Grande do Sul, função nem tão importante naquele Estado. A segunda foi o mensalão, com o afastamento de seu antecessor, ministro José Dirceu. O presidente Lula precisava de uma decisão rápida para substituí-lo. A imagem de durona da ministra e a condição feminina que, para o imaginário político, inibe as críticas, veio como solução. Faltou lembrar que em seu ministério já haviam ocorrido problemas graves em Furnas e em outros pontos do sistema Eletrobrás, aliás, simultâneos ao mensalão e identificados naquele momento. Ficam as dúvidas sobre a propalada capacidade administrativa.

Ex-blog CM


Debate pesado no Ceará

Cid Gomes e Lúcio Alcântara trocam acusações no debate Folha/RedeTV!

O governador do Ceará e candidato à reeleição, Cid Gomes (PSB) e o ex-governador Lúcio Alcântara (PR) trocaram pesadas acusações ontem, durante o debate promovido pela Folha e Rede TV!, em Fortaleza, com candidatos ao governo estadual.
Questionado por Alcântara sobre quem pagou uma viagem de jatinho que fez com a família ao exterior, Cid disse que não tinha "nenhum respeito" pelo ex-governador e o acusou de montar "um covil de ardilosos" para forjar denúncias contra ele.

"Nunca fiz apropriação indébita", disse Cid. "Se estiver procurando isso, procure na sua casa, que vai ter mais facilidade", declarou, insinuando a participação de um filho de Alcântara em irregularidades administrativas. O ex-governador obteve direito de resposta e disse que sua pergunta ficou sem resposta.
A viagem de jatinho a que se referiu Alcântara aparece em um vídeo que começou a circular na internet nesta semana mostra Cid e seu irmão Ciro Gomes dentro de uma limusine e de um avião a jato em uma viagem de férias para Nova York.
Cid foi questionado ainda sobre denúncia feita pela revista "Veja", de que ele teria participado de um esquema de desvio de recursos de prefeituras do Ceará, com o irmão e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE).
"Nego qualquer participação nisso e considero a denúncia inominável", afirmou. O governador declarou que a Polícia Federal desmentiu o seu envolvimento e o do seu irmão no caso.
Ciro, que acompanhou o debate no estúdio, classificou a campanha eleitoral deste ano no Estado como "a de mais baixo nível e a mais sórdida" que já presenciou. "Em 32 anos de experiência, nunca vi baixaria tão grande", afirmou. "O Ceará não tem essa tradição."
Cid, que em suas considerações finais pediu desculpas ao telespectador por ter sido "duro", aparece em primeiro lugar na pesquisa Datafolha realizada entre os dias 9 e 10 de setembro e divulgada no dia 13. O governador aparece com 58% das intenções de voto. Em segundo lugar está Lúcio Alcântara, com 16%.
O clima tenso do debate também se refletiu fora do estúdio. Nas ruas próximas à emissora, centenas de cabos eleitorais de todos os candidatos promoveram um "bandeiraço", com torcida uniformizada e gritos de guerra.
Participaram do evento Cid Gomes (PSB), Lúcio Alcântara (PR), Marcos Cals (PSDB), Soraya Tupinambá (PSOL) e Marcelo Silva (PV).



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Lulla está nervoso: ameaça de 2º turno!!!

Datafolha: está explicado o nervosismo de Lula

O que parecia ser apenas uma reação extemporânea e sem conexão com a realidade ficou agora mais fácil de ser entendida. A angustia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ser explicada pelos números da pesquisa Datafolha que acaba de ser divulgada (e foi realizada nos dias 21 e 22.set.2010).

Agora, Dilma Rousseff (PT) tem 49% (tinha 51% há uma semana). José Serra (PSDB) está com 28% (tinha 27%) e Marina Silva (PV) registrou 13% (contra 11% no levantamento anterior). Aqui, todas as pesquisas.

Ou seja, há uma semana Dilma liderava com 51% e estava 12 pontos percentuais à frente de seus adversários somados. Agora, ela está com 49% e os adversários com 42%. A vantagem encolheu para 7 pontos.

É evidente que Dilma continua a franco favorita para vencer a disputa do dia 3 de outubro. Mas algum ruído aconteceu. Exatamente após a eclosão do caso de tráfico de influência na Casa Civil. Daí o nervosismo de Lula, da própria candidata e de vários assessores de alto escalão na campanha petista.

Até duas semanas atrás, havia muita convicção de que Dilma venceria no primeiro turno com uma avalanche de votos. Agora, a certeza continua a existir entre petistas, mas todos temendo que possa estar se estabelecendo uma tendência que leve a disputa para o segundo turno.

Dilma se deu mal em quase todos os segmentos da pesquisa Datafolha. Também confirmou-se que a curva de rejeição da petista sobe lentamente desde meados de agosto, quando 19% diziam que não votariam nela de jeito nenhum. No início deste mês, a taxa foi a 21%. Semana passada, era 22%. Agora, 24%.

José Serra, entretanto, continua o mais rejeitado, por 31% –o mesmo percentual do levantamento anterior. Marina tem uma taxa de 17% (era 18% na última pesquisa). Aliás, a verde tem sido a maior beneficiada do embate entre Dilma e Serra e do ambiente beligerante reinante na campanha.

Numa simulação de segundo turno, Dilma teria hoje 55% contra 38% de Serra. Os percentuais eram de 57% e 35% na sondagem passada. Ou seja, a diferença entre os dois candidatos desceu de 22 para de 17 pontos.

Embora esteja com apoio para vencer a eleição no primeiro turno, a petista perdeu pontos de forma marcante entre eleitores com renda mensal de cinco a dez salários mínimos (caiu de 47% para 37%), entre os de 35 a 44 anos (saiu de 54% para 50%), na Bahia (de 65% para 61%), Distrito Federal (de 43% para 36%) e cidade do Rio de Janeiro (47% para 42%).

No Paraná, Dilma confirmou sua queda da semana anterior. Ela tinha 46% entre os paranaenses nos dias 8 e 9 deste mês. Desceu para 41% semana passada. Agora, está com 39%. Serra manteve-se em 35%.

Entre os vários resultados negativos, o Datafolha trouxe um dado amplamente favorável para Dilma: 75% dos eleitores acham que ela vai ganhar no dia 3 de outubro. Na semana anterior essa expectativa de vitória era de 72%.



Esperança de Serra

PRESIDENTE: FALTA AGORA TROCAR 3,5 PONTOS PARA DAR SEGUNDO TURNO!
                      
1. O Datafolha mostrou o que este Ex-Blog vem dizendo desde início de setembro: haverá um afunilamento, e a probabilidade de segundo turno aumentará a cada dia. Como aqui comentado, a mudança de intenção de voto não se dá por impacto no momento da divulgação de um escândalo. Para quem tinha intenção de votar em Dilma e havia informado e até defendido sua candidatura, a mudança se dará quando ele tiver como justificar sem constrangimento. Começou a ocorrer.
                      
2. A cabeça do eleitor aponta para quatro caminhos. a) voltar a escolher o Serra, como uns 4 meses atrás; b) optar pela Marina, como era mais provável, numa espécie de voto higiênico; c) anular o voto, o que tem um efeito de 50% para a ida ao segundo turno em relação a escolher outro candidato; d) e escolher entre os candidatos com pequena intenção de voto, como protesto, 'tiriricando' o voto, o que dá no mesmo que escolher Serra, para a ida ao segundo turno.
                      
3. A pesquisa Datafolha mostrou Marina chegando a 13%. Lembre-se que quando Dilma subiu, Marina ficou com um dígito. Portanto, é um crescimento proporcionalmente importante. Marina cresceu no Sudeste, onde já tem16%. Cresceu entre as mulheres, onde tem 14%. A pesquisa mostrou Serra parando de cair e subindo um ponto. E os demais pontuando, 1 ponto somados. Normalmente, as pesquisas de opinião não conseguem pegar o voto de quem tem 1% ou pouco menos. Portanto, é provável que este conjunto tenha mais que 1%, talvez 2%.
                      
4. No Sudeste, no Sul e no Centro-Oeste, já está dando segundo turno. A diferença de 49% para 42% é aparentemente de 7 pontos. Mas havendo troca entre candidatos é na verdade de 3,5 pontos: o que perdendo Dilma, ganhariam os demais. Portanto, se Serra crescer 1 ponto, Marina 2 pontos e os demais meio ponto, a situação seria de segundo turno.
                      
5. Para este Ex-Blog -repetindo o que já disse aqui- Dilma não passará dos 45%. Vem aí uma estressante apuração de votos no dia 3.



Ex-blog CM



Dillma começa a cair na pesquisa Datafolha

Cai vantagem de Dilma sobre adversários

Segundo pesquisa Datafolha, queda foi de cinco pontos porcentuais em relação a Serra e Marina; mesmo assim ela venceria no 1o turno da eleição



Daniel Bramatti - O Estado de S.Paulo
Pesquisa Datafolha divulgada ontem indica que a vantagem da petista Dilma Rousseff em relação aos adversários somados caiu cinco pontos porcentuais. A alteração do quadro, porém, não evitaria a vitória da candidata no primeiro caso a eleição fosse realizada hoje. Em uma semana, o índice de intenção de voto em Dilma oscilou dois pontos para baixo, de 51% para 49%. O tucano José Serra teve oscilação de 27% para
28%, e Marina Silva (PV), de 11% para 13%.
Como os concorrentes "nanicos" tem, juntos, 1% das intenções de voto, os concorrentes da petista chegam, somados, a 42%. se esse índice ultrapassar o da primeira colocada, haverá segundo turno. Excluído os votos brancos e nulos, Dilma tem 54% das intenções de voto. Eram 57% no levantamento anterior.
Serra aparece com 31% e Marina, com 14%.
Renda e escolaridade
O índice alcançado pela candidata verde é o mais alto desde o início da Campanha. Ela cresceu principalmente no eleitorado com renda familiar de cinco a dez salários mínimos (oito pontos porcentuais) e com curso superior (quatro pontos). Serra também cresceu nos segmentos de renda e escolaridade mais alta, enquanto Dilma caiu. Na faixa de renda entre cinco e dez salários mínimos, que concentra cerca de 10% do eleitorado, o tucano passou de 28% para 34% e se aproximou da principal adversária, que perdeu dez pontos (de 47% para 37%).
A pesquisa foi feita após a saída de Erenice Guerra do cargo de ministra-chefe da Casa Civil.Sucessora de Dilma na pasta, ela pediu demissão após reportagens Apontarem suposto tráfico de influência envolvendo um filho e seu marido. Segundo o Datafolha, 52% dos entrevistados disseram ter tomado conhecimento do caso que envolveu Erenice. Apenas 13%, porém, se declararam bem informados sobre o episódio.
2o turno
Em um eventual segundo turno, Dilma venceria com 17 pontos de vantagem (55% a 38%).Há uma semana, porém, a pesquisa indicava folga ainda maior, de 22 pontos. A pesquisa Datafolha da semana passada, feita nos dias 13, 14 e 15, indicava que 57% dos eleitores haviam tomado conhecimento das denuncias de quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato tucano, e de outros integrantes do PSDB. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é considerado ótimo ou bom por 78% da população, segundo a pesquisa. O índice é o mesmo revelado na sondagem da semana passada.
Para 17% dos entrevistados, o governo é apenas regular, enquanto 4% o consideram ruim ou péssimo. Em uma escala de zero a dez, o presidente obteve nota média de 8,1. O instituto também mediu a influencia de Lula na eleição de seu sucessor . 44% dos eleitores afirmam que votarão com certeza em um candidato apoiado pelo presidente.


Reversão no primeiro turno não é improvável

Marina Silva e escândalo na Casa Civil aquecem corrida presidencial

Pela primeira vez em dois meses, Dilma apresenta revés na campanha. Os resultados divulgados hoje pelo Datafolha indicam interrupção do crescimento da vantagem que a petista vinha imprimindo a seus adversários desde que assumiu a liderança no início de agosto.
A tendência reflete não só o prejuízo sofrido pela candidatura do governo após denúncias de tráfico de influência na Casa Civil, a conseqüente demissão de Erenice Guerra, como também a evolução de Marina Silva para segmentos menos elitizados do eleitorado.
Aproximadamente metade dos brasileiros tomou conhecimento da queda de Erenice. Poucos são os que se julgam bem informados sobre o fato.
A exemplo do que aconteceu com a quebra do sigilo fiscal de familiares de José Serra, o episódio atingiu especialmente estratos típicos da classe média --os mais escolarizados e de maior renda. Nesses subconjuntos, diferente do que aconteceu em levantamentos anteriores, o tucano até se beneficia, mas é a candidata do PV que demonstra maior alcance.
Marina cresce novamente entre os que têm nível superior e que ganham mais de cinco salários mínimos, mas sobe também entre os que têm ensino médio e faixa de renda intermediária (de dois a cinco salários). Tais estratos têm maior peso na composição do eleitorado.
Com as oscilações positivas de Serra e Marina, e a variação negativa de Dilma, o saldo é uma queda de cinco pontos percentuais na diferença que a petista mantinha sobre a soma dos demais candidatos.
A vantagem que há uma semana era de 12 pontos percentuais caiu para sete pontos. O parâmetro é importante porque indica a probabilidade de a disputa ir para o segundo turno ou terminar já no dia 3 de outubro.
Quanto menor a diferença entre o líder das intenções de voto e os outros candidatos, maior a probabilidade de segundo turno.
Apenas para ilustrar a importância do dado, vale a observação da curva da diferença entre Lula e a soma dos outros candidatos na disputa pela reeleição em 2006.
Em pesquisa realizada em 22 de setembro daquele ano, a vantagem de Lula para os demais era de oito pontos percentuais. Na pesquisa seguinte, antes do último debate, na TV Globo, a distância caiu para cinco pontos.
Na véspera da eleição, sem participar do programa, o petista viu sua taxa de intenção de voto cair para 46% e a de seus adversários somar também 46%.
Em 2006, a eleição foi para o segundo turno, mas nada garante que em 2010 a história se repita. O cenário e o ambiente são outros. A candidata também. E há ainda os debates.
Editoria de Arte/Folhapress


O PT e Lulla são antidemocráticos in natura

Ato insensato

Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
O PT quer constranger os veículos de comunicação. É nítida a intenção de fazer com que a imprensa pegue mais "leve" em relação aos fatos novos de cada dia sobre corrupção, nepotismo, empreguismo e o uso partidário do espaço público no governo Luiz Inácio da Silva.
O presidente fala alto e fala grosso na tentativa de levar jornais, revistas e emissoras a acharem "melhor" deixar esses assuntos para depois da eleição a fim de não serem acusados de favorecer candidaturas de oposição.
Como se fosse aceitável suspender os fatos para não atrapalhar os atos de interesse oficial.
A ofensiva é tão agressiva que leva a pensar se não se trata de medida preventiva contra algo que seja do conhecimento do presidente e os demais brasileiros ainda ignoram.
De outro modo não se pode explicar com argumentos minimamente razoáveis a fúria e o desassombro que tomam conta de Lula e companhia.
Zangado poderia estar José Serra, cuja candidatura é dada como morta e enterrada todos os dias nos meios de comunicação, nunca o presidente Lula, cujo plano de eleger Dilma Rousseff se materializa com pleno êxito.
A imprensa, no caso de Serra, lida com informações transmitidas pelas pesquisas e estas mostram uma dianteira mais do que significativa de Dilma. É o que registram os jornais, as rádios e as televisões: se as eleições fossem hoje, ela estaria eleita em primeiro turno.
Da mesma forma acompanham o desenrolar dos demais acontecimentos: quebras de sigilo fiscal, confecção de dossiês, violação da legalidade por parte do governo em geral e do presidente em particular e mais recentemente a descoberta da central de negócios montada na Casa Civil sob a gerência de Erenice Guerra, a segunda na hierarquia durante a gestão de Dilma e sua substituta depois da saída para a campanha eleitoral.
Disso temos as seguintes consequências: dois inquéritos na Polícia Federal, sindicância na Receita Federal, dois indiciamentos na PF por causa das quebras de sigilo, demissão do primeiro (Luiz Lanzetta) encarregado da comunicação no comitê de Dilma Rousseff, sete multas da Justiça Federal ao presidente da República e cinco demissões de funcionários em função do escândalo Erenice.
Pois diante de tantas informações concretas, Lula afirma e dá fé pública que a imprensa "mente" e "inventa". Ora, se mesmo vitorioso o presidente acha que é preciso valer-se de sua popularidade para ele sim maquiar a realidade é porque vê razões para isso.
Ou teme o que ainda poderia vir por aí e por isso tenta desqualificar a imprensa ou não tem tanta certeza de que o resultado das urnas seja esse mesmo que indicam as pesquisas e por isso se arrisca a um fim de mandato melancólico jogando seu prestígio num lance de pura, e injustificável, histeria.
Até agora o presidente não condenou. Lícito, portanto, presumir que avalize a decisão do PT de organizar um ato público contra a imprensa. Na verdade, convocado sob inspiração presidencial.
O ato seria apenas uma manifestação normal de um grupo que defende determinada posição, não fosse pelo envolvimento do governo na questão. Sendo, é caso de abuso de poder, improbidade e ataque à Constituição.
De acordo com que argumentam os organizadores da manifestação, é preciso reagir "à tentativa da velha mídia de forçar um segundo turno".
Alto lá, a eleição ainda não aconteceu. Como, forçar? Segundo a lei o processo eleitoral em colégios de mais de 200 mil habitantes é composto de dois turnos e o primeiro ainda não aconteceu. Se for necessário ocorrer o segundo, onde está a ilegalidade, o golpismo?
Se alguém está querendo forçar alguém é o governo que usa a sua força - monumental, no presidencialismo imperial brasileiro - para sufocar o contraditório.
Volver. Se Lula olhar bem a lista de signatários do manifesto em defesa da democracia - Hélio Bicudo, d. Paulo Evaristo Arns, Ferreira Gullar, Paulo Brossard -, notará que há 30 anos era gente que sustentava o início de sua trajetória.