Neocandidato ao governo, Mercadante sofre para encontrar vice em São Paulo
Maurício Savarese
Do UOL Notícias
Do UOL Notícias
Em São Paulo
Mercadante lança campanha
- Pré-candidato ao governo de São Paulo, senador tem apoio de Lula
Até março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acreditou que o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) seria seu candidato ao governo de São Paulo. Não deu certo. O PT cogitou a ex-prefeita Marta Suplicy. Ela quis o Senado. Até que, há poucas semanas, o partido escalou Aloizio Mercadante, batido na votação de 2006, para dar palanque à presidenciável Dilma Rousseff. A demora da definição, no entanto, faz o parlamentar iniciar a campanha neste sábado (24) sem vice nem leque de aliados garantidos.
Mercadante começa oficialmente sua segunda tentativa de chegar ao Palácio dos Bandeirantes em um evento no Sindicato dos Bancários, na capital paulista. Ali estarão Lula, com 76% de apoio popular, Dilma, segunda colocada nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, e Marta, líder nas sondagens por uma das duas vagas paulistas em disputa no Senado. Se no plano nacional o PT agregou aliados centristas, em São Paulo está limitado ao que sempre teve.
O palanque do senador, que enfrentará o tucano e ex-governador Geraldo Alckmin, líder em todas as pesquisas, deve abrigar dirigentes de centrais sindicais, líderes de movimentos sociais e petistas proeminentes, mas poucos aliados que dariam ao parlamentar mais votado da história do Brasil mais tempo de propaganda gratuita na TV. Muitos desses, em especial o PMDB paulista, já fecharam questão em torno dos tucanos, estimulados pelo presidenciável e ex-governador José Serra (PSDB).
As pesquisas mais recentes indicam 53% de intenção de voto para Alckmin e apenas 13% para Mercadante. Antes de desistir de sua pré-candidatura, o senador Eduardo Suplicy tinha resultado melhor contra o tucano: chegou a 19% contra 49% do ex-secretário do Desenvolvimento do governo Serra.
Por conta disso, um candidato a vice para o senador é artigo raro entre os principais quadros políticos de São Paulo. O vice dos sonhos dos petistas é do PDT: o prefeito de Campinas, Dr. Hélio. Às vésperas do prazo de desincompatibilização, no início de abril, o senador reuniu-se com o prefeito para convidá-lo a integrar sua chapa como vice. O pedetista disse que não trocaria dois anos na prefeitura por uma candidatura incerta, em uma eleição que hoje seria vencida pelos tucanos já no primeiro turno.
Os outros potenciais aliados do PT não têm representação na Assembleia Legislativa – critério para concessão de tempo de propaganda gratuita – ou contam somente com um ou dois parlamentares, o que viabiliza poucos segundos a mais de tempo. Alckmin se aliará a partidos com considerável número de assentos na Casa, como Democratas, PMDB e PTB.Dentro do PDT, o nome mais forte para a vice de Mercadante é o do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que em seu mandato como deputado federal sofreu com denúncias de corrupção. Por conta disso, membros de outros partidos se interessam pela possibilidade de emplacar um nome na chapa estadual, mas o PT sinalizou que prefere se integrar com a sigla que tem mais peso no tempo de TV.
Médios e nanicos
“Já consolidamos o apoio, além do PDT, de PR, PRB e PTL. Avançamos nas sondagens com PC do B e com PTN, PT do B, PSL. Estamos conversando com PHS, PSC, PSDC, PRTB”, disse ao UOL Notícias o presidente do PT paulista, Edinho Silva. No início de fevereiro, ele disse que Ciro teria em torno de si uma aliança composta por nove partidos, incluindo o PTB, que se afastou de Mercadante, e o PSB.
“Já consolidamos o apoio, além do PDT, de PR, PRB e PTL. Avançamos nas sondagens com PC do B e com PTN, PT do B, PSL. Estamos conversando com PHS, PSC, PSDC, PRTB”, disse ao UOL Notícias o presidente do PT paulista, Edinho Silva. No início de fevereiro, ele disse que Ciro teria em torno de si uma aliança composta por nove partidos, incluindo o PTB, que se afastou de Mercadante, e o PSB.
O partido de Ciro, que rifou a candidatura do deputado à Presidência da República para apoiar Dilma, também pode ficar fora da aliança em torno do senador petista. A sigla cogita lançar a candidatura do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf. “Não fechamos vaga de vice nem de suplentes ao Senado porque as negociações ainda estão abertas”, disse Edinho.
Nas últimas semanas, ganharam força o nome de dois pré-candidatos ao Senado como companheiros de chapa de Mercadante: o cantor e apresentador Netinho de Paula (PC do B) e o vereador Gabriel Chalita (PSB), que, se indicado, teria o constrangimento de subir no palanque adversário de Alckmin, seu mentor político e ex-chefe no período em que foi secretário da Educação de São Paulo.
“Só vamos decidir vice e vagas de suplente no Senado em maio. Todos esses são bons nomes, mas isso são os candidatos [Mercadante e Marta] que vão definir. Com o PSB só vamos conversar quando eles definirem 100% se terão candidato ao governo ou não”, afirmou o presidente do PT paulista. “Esse tempo não vai atrapalhar porque a composição vai se acertando com o tempo e com a perspectiva da campanha nacional melhorando, como está acontecendo.”
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