Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mercadante delira


"Aprovação de Lula cresceu em SP e vai me beneficiar"

Valor Econômico - 23/04/2010

Aos 55 anos, o senador Aloizio Mercadante disputará pela segunda vez consecutiva o governo estadual de São Paulo pelo PT. Nascido em Santos, economista formado pela USP, com mestrado pela Unicamp, vai enfrentar a força tucana em São Paulo.
O pré-candidato do PT ao Palácio Bandeirantes vai explorar na campanha as políticas federais em São Paulo por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do programa de habitação "Minha Casa, Minha Vida" e de convênios dos ministérios da Saúde e da Educação fechados com municípios do Estado. O senador argumenta que desta vez o número de partidos aliados é muito maior, o que ajuda a aumentar o tempo de propaganda eleitoral gratuita da TV e no rádio.
Líder da bancada do PT no Senado, Mercadante diz que fez de seu gabinete uma "embaixada dos municípios paulistas em Brasília" e, com uma melhor relação com os prefeitos, espera aumentar sua força no interior do Estado, onde PSDB, PMDB e DEM são maioria no comando das cidades.

Mercadante estreou na política parlamentar em 1990, elegendo-se à Câmara federal. Até então sua atuação política se restringia à Universidade. Foi presidente, por dois mandatos, da Asssociação dos Professores da Pontifícia Universidade de São Paulo, onde foi professor de Economia. Em 1994, concorreu como vice na chapa de Luiz Inácio Lula da Silva. Em 1996, candidatou-se a vice-prefeito na chapa de Eduardo Suplicy. Em 1998, elegeu-se de volta à Câmara. Em 2002, foi eleito ao Senado. Quatro anos depois, se candidataria pela primeira vez ao governo de São Paulo, ficando em segundo lugar. A seguir, trechos da entrevista concedida ontem ao Valor:
Valor: Qual será a estratégia para o PT conseguir mais votos em São Paulo? Em 2006, a eleição estadual foi decidida no primeiro turno.
Aloizio Mercadante Na outra campanha, saí com 12% e cheguei com 32%. Hoje, temos um arco de alianças muito maior, com mais partidos. Na eleição passada, eram apenas dois partidos. Hoje, temos PCdoB, PDT, PR, PRB e outros partidos menores, mas com bancada, o que aumenta o tempo de propaganda eleitoral na TV e no rádio. Depois, teremos mais candidaturas de outros partidos, o que deve favorecer a realização de um segundo turno. Tem o Fábio Feldman (PV), Celso Russomanno (PP) e, até o momento, o Paulo Skaf (PSB).
Valor: Parte deles deve fechar aliança com o PSDB, como PV e PP, em eventual segundo turno. Isso não é prejudicial à candidatura do PT?
Mercadante Nossa avaliação é de que eles vão disputar o mesmo eleitorado do PSDB no primeiro turno, o que nos favorece.
Valor: Como convencer o eleitor que tradicionalmente vota no PSDB a votar no PT em São Paulo?
Mercadante Em comparação a 2006, a situação do governo Lula é muito melhor tanto no Estado de São Paulo quanto no Brasil. Temos muito a apresentar do que o governo federal fez em São Paulo. O governo está com ótimos resultados na economia, no crescimento do PIB, na renda, geração de emprego, distribuição de renda. Desta vez, teremos o apoio de praticamente todas as centrais sindicais.
Valor: Esse não é um discurso mais nacional?
Mercadante Vamos apresentar muitas ações do governo federal no Estado. O "Minha Casa, Minha Vida", em um ano, está construindo 72 mil casas populares. E outras 80 mil estão em negociação na Caixa Econômica Federal. Já o PSDB tem uma média de 20 mil casas ao ano e nós demos foco no público com renda de até três salários mínimos. Fizemos obras de saneamento em 302 cidades de São Paulo, 186 mil estudantes recebem bolsa do Prouni e o governo construiu diversas universidades. No Bolsa Família, são 1,1 milhão de famílias beneficiadas, enquanto o Renda Cidadã, do governo de São Paulo, contempla apenas 147 mil famílias.
Valor: Quais serão as principais críticas ao PSDB na campanha eleitoral?
Mercadante Esse grupo está há 27 anos no poder, desde 1983. Como PSDB, desde 1994. Vamos mostrar o colapso no transporte. No horário de pico, um carro anda a 15 quilômetros por hora, o metrô e os trens da CPTM são deficientes, a estação da Sé é a mais congestionada do mundo. A educação vive um quadro desolador. Os indicadores mostram piora, o desempenho dos alunos de São Paulo está abaixo da média nacional e o professorado está muito descontente, receberam reajuste de 5% nos últimos cinco anos. Criaram um abono por desempenho que só até 20% deles têm direito. É o 14º salário no ranking das 27 Unidades da Federação. Na Segurança, existe uma tragédia nos presídios, que piorou muito no governo (Geraldo) Alckmin, com o fortalecimento de facções criminosas dentro dos presídios, como o PCC. Falta uma política prisional, é preciso introduzir o monitoramento eletrônico do preso, usar penas alternativas e evitar que voltem à criminalidade. Esse percentual atualmente é de 80%. A polícia é mal remunerada, falta policiamento preventivo e investigação, os indicadores se deterioraram fortemente no ano passado. Na Saúde, o governo do Estado foi o único a não assinar convênio para receber ambulâncias do Samu e também não quis fechar parceria para receber as UPAS (Unidades de Pronto Atendimento) do Ministério da Saúde, que são muito importantes porque desafogam as emergências dos hospitais.
Valor: Mas como reverter o quadro eleitoral desfavorável de 2006, especialmente no interior?
Mercadante Hoje, existe a possibilidade de renovação. Naquela época, o presidente Lula e seu governo não eram tão bem avaliados quanto hoje. A boa avaliação do governo do presidente Lula quase dobrou no Estado. Lula, como era candidato, não podia participar. Desta vez, vai poder. Todas essas condições fortalecem muito a campanha. É uma disputa histórica, o Brasil melhorou com Lula e São Paulo pode melhorar. Lula virá muito aqui, ele vai se dedicar porque sabe da importância para a campanha de Dilma. Em 2006, Lula também não teve boa votação. De lá para cá, fizemos uma política do fortalecimento dos municípios. Na Habitação, aumentamos o repasse para a saúde, educação, o PAC também está presente em diversos municípios. Recebi 615 municípios de São Paulo, fiz do meu gabinete de Brasília uma embaixada dos municípios. Aumentamos a participação do FPM, apoiamos a PEC dos precatórios, refinanciamos dívidas do INSS.

Valor: A organização do PSDB, que governa o Estado, não ameaça?
Mercadante A máquina eleitoral do PSDB é muito forte. Mas hoje existe uma diferença. O governo Lula liberou recursos para as prefeituras a recuperação após as enchentes, que causaram 79 mortes. Essa atitude de parceria se intensificou muito no governo Lula e poderá contribuir para o resultado eleitoral. A credibilidade do governo Lula dá força para as nossas propostas.
Valor: E com relação ao Senado?
Mercadante Além da Marta Suplicy, cuja candidatura pelo PT é forte pela sua experiência administrativa e pelo discurso moderno, a segunda vaga está em aberto. Aguardamos a evolução das decisões do PSB, que tem para o Senado o vereador Gabriel Chalita. Pelo PCdoB, tem o Netinho de Paula, um nome que considero muito competitivo, que dialoga com o jovem da periferia e que tem minha simpatia.

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