Serra promete fortalecer Zona Franca de Manaus se for eleito
GABRIELA GUERREIRO
da Sucursal de Brasília
da Sucursal de Brasília
"No governo, se eu chegar como espero, eu vou mais longe, tornando a Zona Franca perene. Não é preciso ficar renovando constantemente seu período de duração. Ela já está consolidada e já tem uma certa divisão de trabalho com o resto do Brasil. Portanto, eu tiraria essa coisa de que seu tempo vale até tanto. Tem a Zona Franca na Constituição, ou seja, tornaria a Zona Franca permanente", afirmou.
A íntegra da entrevista de Serra foi divulgada nesta terça-feira pela emissora. Na opinião do presidenciável, a Zona Franca ajuda a preservar a floresta Amazônica. "Você já imaginou se toda essa gente que trabalha lá não tivesse essa opção? Iria pra onde? Iria para a floresta. Então quando se analisa a Zona Franca, é preciso pensar em um patrimônio que está sendo preservado e que vale muito."
Além de defender a Zona Franca, o tucano também se mostrou favorável à construção de um novo porto em Manaus por ser um "fanático" pelos transportes hidroviários.
Apesar das críticas da oposição ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), com ameaças de extinguí-lo, Serra prometeu finalizar programas do PAC 2 na região Norte --em especial a BR-319, ligando Manaus a Porto Velho, com ênfase no licenciamento ambiental.
O tucano disse que se sente "mais preparado" para assumir a Presidência da República hoje do que em 2002, quando disputou o cargo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porque administrou a cidade e o governo de São Paulo. Na opinião de Serra, o clima político atual é diferente porque em 2002 o Brasil "queria reeleger o Lula".
"Fizemos um único debate no segundo turno, que eu queria ter tido, mas tudo com nível, com altura, mas o Brasil decidiu a sua escolha. A derrota de 2002 também é uma experiência importante, porque na democracia a gente ganha e a gente perde também. Temos que ser altivos na derrota e humildes na vitória. Isso eu acredito que fiz."
Serra voltou a lembrar sua infância humilde em São Paulo, sua época de militante estudantil e o período do exílio durante a ditadura militar (1964-1985).
Belo Monte
Na entrevista, Serra defendeu a produção de energia elétrica com a construção da usina de Belo Monte (AM), mas disse que o governo precisa discutir melhor o assunto antes de colocá-lo em prática. "É uma obra que custa de R$ 19 a 30 bilhões. Dezenove é o que aparece, mas você ouve aí gente especializada dizendo que pode custar até 30. Não tem aquele rendimento que se imaginava, em quilowatts", afirmou.
O tucano disse que, se o assunto Belo Monte nascer "de uma maneira encrencada, encrenca no caminho e fica tudo se arrastando".
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