Disputa por vaga do Senado ameaça unidade tucana
O PSDB, como se sabe, é um partido de amigos integralmente composto de inimigos.
Dizia-se que a eleição de 2010 produzira um inédito estreitamento de inimizades.
Não é bem assim. A divisão voltou a se materializar em São Paulo, berço da legenda.
As divergências afloram numa disputa pela vaga de candidato ao Senado.
De um lado, Aloysio Nunes Ferreira, ex-chefe da Casa Civil do governo José Serra.
Do outro, o deputado José Aníbal, ex-líder tucano na Câmara.
Aloysio é apoiado pelo grupo de Serra. Aníbal integra a ala de Geraldo Alckmin.
O lufalufa imiscui-se no calendário da candidatura de Alckmin ao governo paulista.
O PSDB programara para esta quinta-feira (29) o lançamento de Alckmin.
Depois de expedidos os convites, o encontro teve de ser adiado. Por quê?
Pretendia-se anunciar toda a chapa majoritária –governador e dois senadores.
Nenhuma dúvida quanto ao candidato ao governo. Alckmin acertou-se com Serra.
Tudo certo quanto ao ocupante da primeira vaga do Senado: Orestes Quércia.
Presidente do PMDB-SP, Quércia vai às urnas como dissidente do PMDB federal.
O único o rififi que opõe Aloysio e Aníbal. O grupo de Serra advoga um acordo.
O acerto passaria pela desistência de Aníbal. O deputado, porém, estica a corda.
Aníbal foi buscar no estatuto do PSDB o remédio para o impasse: exige prévias.
O impasse será submetido ao diretório do PSDB-SP, presidido por Mendes Thame.
Enquanto não for desatado o nó, adia-se o lançamento da candidatura de Alckmin.
Tudo isso ocorre no coração do maior colégio eleitoral do país. Péssimo presságio.
Escrito por Josias de Souza
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