Noites mal-dormidas dão a Serra um ‘ar de cansaço’
Lula Marques/Folha
Na primeira conversa que manteve com Índio da Costa depois de tê-lo digerido como vice, José Serra disse: “Você vai ter de dormir tarde e acordar cedo”.
Se levar o conselho ao pé da letra, o deputado do DEM arrisca-se a compor com Serra uma chapa de zumbis.
Noctívago inveterado, o presidenciável tucano já não consegue disfarçar os efeitos da falta de travesseiro.
Na última quinta (1º), em sabatina organizada pela Confederação Nacional da Agricultura, Serra era a imagem do cansaço.
As lentes do repórter Lula Marques pilharam uma sequência de caras fatigadas (repare lá no ato).
Na madrugada deste domingo (4), Serra pendurou-se ao micro-blog pouco depois das três da matina.
Serviu a seus seguidores seis notas. Prestou contas do último tópico de sua sua agenda:
“Fui a Alagoas, neste sábado. Sobrevoei as regiões das enchentes. O governador Teotônio Villela me relatou os problemas e as providências”.
Rememorou uma passagem de sexta (2): “Cheguei de Londrina tarde e cansado. Tentei entrar aqui, mas meu computador se recusou a conectar...”
Contou que assistira ao fiasco da seleção de Dunga entre amigos. Igualou-se à média dos torcedores em espanto:
“Ainda quero entender como é que um time faz seu melhor primeiro tempo da Copa e, em seguida, seu pior segundo tempo”.
Foi ao encontro dos lençóis depois das quatro da madrugada. Despediu-se com uma promessa: “Fico devendo a leitura das mensagens de vocês. Não li nada ainda, mas vou recuperar, prometo...”
Serra costuma jactar-se de sua má relação com o leito. Bobagem. As pessoas normais também dormem muito pouco, sobretudo depois de uma boa noite de sono.
O candidato talvez devesse considerar a hipótese de modificar seus hábitos.
A campanha nem começou e já exibe aos eleitores uma série de caras que lhe dão a solenidade de um personagem de enterro.
Escrito por Josias de Souza
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