Todos os homens da ‘caixa registradora’ da sucessão
Longe dos holofotes, movem-se na praça os operadores das arcas do PSDB e do PT. A repórter Natuza Neri reuniu-os num texto.
Vao abaixo os nomes dos responsáves pela caixa registradora de cada comitê:
1. Campanha de José Serra:
- Comitê Financeiro: será presidido por José Gregori. É ele quem vai assinar a escrituração a ser enviada à Justiça Eleitoral.
Ex-ministro da Justiça de FHC, Gregori é, hoje, secretário Especial de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo, sob Gilberto Kassab (DEM).
- Tesouraria: ficará a cargo de Luis sobral. Vai cuidar do vaivém diário dos cifrões, responsabilizando-se pela emissão dos recibos eleitorais.
Filiado ao PSDB há 12 anos, Sobral jamais exercera esse tipo de atribuição. Desconhecido, não terá de pedir doações. Vai se restringir à burocracia.
- Turma do chapéu: Além de Gregori, foram escalados para pedir doações a empresários os tucanos Márcio Fortes e Eduardo Jorge.
Com excelente trânsito no mundo dos negócios, Fortes é candidato a vice-governador do Rio, na chapa de Fernando Gabeira.
Amigo e ex-auxiliar de FHC, Eduardo Jorge ocupa a vice-presidência executiva do PSDB.
2. Campanha de Dilma Rousseff:
- Comitê financeiro: o presidente do PT, José Eduardo Dutra presidirá também o órgão financeiro central da campanha.
Disporá da assessoria jurídica do deputado federal e advogado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
- Tesouraria: para essa função, o petismo escalou o ex-prefeito de Diadema, José de Fillipi Jr.. Já havia se ocupado da tarefa na campanha reeleitoral de Lula, em 2006.
Como prefeito, Fillipi Jr. arrostou uma decisão judicial que o condenou a devolver ao erário verbas repassadas a uma banca advocatícia contratada sem licitação.
Nesta semana, o Tribunal de Contas de São Paulo registrou a escrituração da prefeitura de Diadema referente ao ano de 2008. Fillipi ainda não se manifestou.
- Turma do chapéu: Coube ao deputado e ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci centralizar a coleta.
Auxiliam Palocci o ex-prefeito Fillipi Jr. e o secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto,
Vaccari tem nos seus calcanhares o Ministério Público de São Paulo, que o acusa de malfeitos na Bancoop, a coperativa habitacional do sindicato dos bancários.
Entre as denúncias há a de que verbas dos cooperados da Banccop teriam fornido um caixa dois do PT. Vaccari e o partido negam.
Desde a era Fernando Collor, disseminou-se entre os empresários a percepção de que o “por fora” é coisa perigosa.
Os arquivos da 7ª Vara da Justiça Federal de Brasília guardam sete processos que ajudam a explicar o medo que passou a assediar as logomarcas.
Nas folhas desses processos, eternizaram-se os detalhes das relações perigosas que o alto empresariadeo nacional manteve com a EPC.
Não se lembra dea EPC? Era o escritório que Paulo Cesar Farias montara para “morder” empresários no sótão da gestão Collor.
O processo mais antigo é de 1993. Os outros, foram abertos em 1995. A lista de réus é eloqüente.
Inclui, por exemplo, Odebrecht, Cetenco, Votorantim, Cimento Portland Itaú, Tratex e um considerável etc.
A morto de PC Farias fez esfumaçar-se a chance de condenação. Mas sobreviveu o fantasma da execração pública.
Sofisticou-se o caixa dois. Mas o dinheiro clandestino não deixou de existir. Sobrevieram uma coleta ilegal de FHC, um caso Lunus, e três mensalões.
O bom senso recomenda aos candidatos lacrem o caixa dois. A coleta mal começou. Ainda está em tempo.
Mas a política, como se sabe, é feita de insensatez. Quando misturada aos negócios, a alucinação passeia pelas fronteiras do paroxismo.
Escrito por Josias de Souza
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.