Debate limitado
Cheia de restrições, começa esta semana na tevê a temporada de confrontos de candidatos
Sérgio PardellasRINGUE
Debates são considerados fundamentais para a definição dos votos
Na quinta-feira 5, às 22 horas, na Rede Bandeirantes, será dada a largada para os debates entre os candidatos à Presidência. Desde o famoso confronto entre Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva, em 1989, os debates são considerados fundamentais para a definição de votos nas eleições presidenciais. Prova disso é que José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), decidiram cancelar todos os compromissos, a partir da segunda-feira, para se preparar para o confronto. Serra aposta todas as fichas no confronto de ideias, Dilma está mais preocupada com a edição do debate. Escaldado, o staff da candidata petista fez as seguintes imposições para que ela topasse participar do evento: a emissora só pode usar nos programas pós-debate a primeira resposta, quando a pergunta é igual para todos, e as considerações finais. “Não temos nenhuma preocupação com o debate. Dilma está preparada e tem conteúdo”, avaliou João Santana, o marqueteiro da campanha.
Para se preparar, Dilma fez uma espécie de curso “intensivo”, nos últimos dias, com os ministros da Saúde, Educação, Desenvolvimento Agrário, Justiça e Desenvolvimento Social, a fim de se atualizar sobre os números de cada área. Mas são poucos, na campanha do PT, os que acreditam que o debate da quinta-feira poderá alterar o quadro eleitoral. Com as regras atuais, fica difícil algum candidato se sobressair. Hoje, tudo o que permeia os debates é discutido com antecedência por marqueteiros e equipes de comunicação. Desde o posicionamento das câmeras até os temas das perguntas.
José Serra, por sua vez, acredita que chegou o momento de desequilibrar a disputa a seu favor. Para os tucanos mais otimistas, além de tentar “desconstruir” o discurso de continuidade, Serra vai se mostrar mais preparado do que Dilma. “Nosso japonês é melhor do que o japonês dos outros. Vamos comparar as biografias de Serra e Dilma”, costuma repetir Luiz Gonzalez, marqueteiro dos tucanos. A terceira colocada, Marina Silva (PV), hoje com 10% das intenções de voto, aposta na conquista dos indecisos. “Debate é melhor que horário gratuito. Se um candidato a presidente escorregar, pode ser fatal”, avalia o cientista político da UnB David Fleischer.
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