Dilma e a "resistência democrática"
Leiam este depoimento de Daniel Aarão Reis que, assim como Dilma, participou da luta armada nos anos 60. A diferença é que, hoje, ele não mente quando aborda o assunto.
"As ações armadas da esquerda brasileira não devem ser mitificadas. Nem para um lado nem para o outro. Eu não compartilho da lenda de que no final dos anos 60 e no início dos 70 (inclusive eu) fomos o braço armado de uma resistência democrática. Acho isso um mito surgido durante a campanha da anisitia. Ao longo do processo de radicalização iniciado em 1961, o projeto das organizações de esquerda que defendiam a luta armada era revolucionário e ditatorial. Pretendia-se implantar uma ditadura revolucionária. Não existe um só documento dessas organizações em que elas se apresentassem como instrumento da resistência democrática".
“As esquerdas radicais se lançaram na luta contra a ditadura, não porque a gente queria uma democracia, mas para instaurar o socialismo no País, por meio de uma ditadura revolucionária, como existia na China e em Cuba. Mas, evidentemente, elas falavam emresistência, palavra muito mais simpática, mobilizadora, aglutinadora. Isso é um ensinamento que vem dos clássicos sobre a guerra”.
Fonte: O Globo, de 23/09/2001
Daniel Aarão Reis é professor de História Contemporânea da Universidade Federal Fluminense. Foi um dos 40 militantes banidos para a Argélia em troca do embaixador da Alemanha
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