Oposição minimiza críticas e diz que Dilma age com "terrorismo"
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
da Folha Online, em Brasília
"A ex-ministra continua mentindo, seguindo a prática usada pelo PT desde 2006. O povo já conhece essas mentiras, esse terrorismo. Não vai cair neles novamente. Patinhas [de lobo] para cá, patinhas para lá, não é conversa que nos interesse. Não merece resposta", disse Guerra.
O vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), disse que os petistas deveriam falar sobre os programas em curso no governo federal ao invés do confronto direto com a oposição. "A discussão não é sobre os bichos, temos que discutir os homens, propostas, programas de futuro para o país. Temos que demonstrar quem tem mais visão estratégica do futuro e escolher com competência. Essa história de lobo e cordeiro deve ser uma discussão lá para a Granja do Torto, aqui não, não cabe", afirmou.
Segundo Dias, Dilma vai adotar um discurso radical ao longo da campanha, embora tivesse que priorizar as suas ações no Executivo. "Não há dúvida de que o discurso será exacerbado e a oposição tem que estar preparada para isso. É estranho porque quem é situação, normalmente na campanha eleitoral, apresenta os seus feitos e os destaca. Quem faz oposição é quem está na oposição", afirmou.
Os oposicionistas negam que estejam dispostos a acabar com programas sociais do governo Lula, como afirmou Dilma nesta segunda-feira. "O único programa social do governo Lula foi o Fome Zero, e não foi a oposição que acabou com ele. Os outros programas sociais são programas do governo anterior, e nós aplaudimos a manutenção desses programas. E eles persistirão no governo de José Serra, certamente", disse Dias.
Ataques
Em discurso na posse do ex-ministro Alfredo Nascimento na presidência do PR (Partido Republicano), Dilma disse hoje que a população brasileira não pode deixar os que "quebraram o Brasil" e têm "mãozinhas de lobo" retornem ao comando do país --numa polarização com os tucanos que promete marcar a campanha eleitoral deste ano.
Sem citar nominalmente o PSDB, Dilma disse que aqueles que "ameaçam acabar com o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]" e também com o Bolsa Família "são e sempre foram o anti-Lula" --mesmo afirmando em sucessivos discursos que pretendem manter programas criados na gestão do PT na Presidência.
A ministra negou que tenha adotado o discurso do terrorismo ao afirmar que a oposição vai acabar com programas do governo Lula.
"Não é possível que se diga numa revista que se vai acabar com o PAC, que o PAC não é um projeto, que é uma lista de obras puro e simplesmente, e que também vão rever a política econômica. Depois não pode fingir que não disse, ou vai a público e desmente. Não estamos aqui fazendo terrorismo, estamos apenas constatando", afirmou Dilma.
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