'Desejo e apelo, mas se não for possível, que fazer?’
Alan Marques/FolhaDilma Rousseff encerra nesta quarta (7) sua viagem de dois dias a Minas Gerais.
No primeiro dia, depositou flores no memorial de Tiradentes e no túmulo de Tancredo Neves, o avô do tucano Aécio Neves.
No segundo, vai encontrar jovens arrebanhados pelo PT e empresários.
Nada chama mais atenção na visita, porém, do que o enrosco político que envenena o palanque da candidata no segundo maior colégio eleitoral do país.
Em Minas, PT e PMDB, os sócios majoritários da coligação de Dilma, demoram-se a se entender.
Pior: a julgar pelas declarações de Dilma, talvez nem se entendam:
"Eu desejo e até apelo pelo palanque único. Mas essas coisas nós não podemos fazer por imposição. Se não for possível o palanque único, o que nós vamos fazer?”
Ao lado de Dilma, Hélio Costa, o candidato pemedebê ao governo, apressou-se em delimitar o terreno:
"Em Minas, não cabem dois palanques. Não dá para você colocar mulher e amante no mesmo palanque".
Fernando Pimentel e Patrus Ananias, os dois petês que reivindicam a mesma vaga, preferiram guardar silêncio.
Falou pela dupla o deputado federal Reginaldo Lopes, presidente do PT-MG:
"Como superar o desejo das candidaturas [próprias] de PT e PMDB? Fica difícil. O palanque duplo é uma saída para respeitar os desejos dos partidos e evitar o impasse. Tudo a dois é bem melhor".
Ou seja, PMDB e PT constituem em Minas um grupo de amigos integralmente composto de inimigos.
Melhor para Antonio Anastasia, o vice tucano que assumiu o governo e, carregado por Aécio, tenta reter a cadeira a partir de 2011.
No instante em que Dilma e seus apoiadores estreitavam a inimizade, Anastasia era recepcionado, em Paracatu, por um prefeito do PMDB, Vasco Praça Filho.
Além do pseudopartidário de Helio Costa, festejaram o pupilo de Aécio outros 30 prefeitos e cerca de 3 mil pessoas.
Escrito por Josias de Souza às 05h48
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