Anastasia descarta voto suprapartidário
Raquel Ulhôa, de Brasília |
Valor Econômico - 09/04/2010 |
Em sua primeira visita a Brasília como governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que disputará a reeleição em outubro, descartou a hipótese do voto suprapartidário do eleitor mineiro - nele para governador e na petista Dilma Rousseff para presidente da República. A hipótese foi admitida pela ex-ministra, em viagem a Minas Gerais. Ela batizou essa suposta opção do eleitor como "Anastadilma". "É sempre bom lembrar que o nosso partido tem candidato a presidente, que é o nosso governador José Serra, e com ele marcharemos de maneira muito firme, em Minas, e naturalmente nos outros Estados", disse. Segundo ele, a ideia do voto em Dilma e Anastasia "não vai encontrar amparo na realidade". Reconhecendo que em eleições passadas houve, em Minas, o voto em Luiz Inácio Lula da Silva para presidente e em Aécio para governador - o chamado voto "Lulécio" -, Anastasia afirmou que, "naquele momento, tínhamos carismas diferenciados". Além disso, considera que, nas eleições de 2010, a discussão será de projetos, de condições de governar. "E eu acho que nesses debates, as propostas do PSDB e dos partidos que comporão essas alianças serão mais fortes, tanto no nível estadual quanto no nível federal." Anastasia esclareceu tratar-se de visitas "de natureza protocolar e institucional" as feitas por ele ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aos presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF). O tucano fez questão de manifestar total empenho pela eleição do ex-governador José Serra (PSDB) à Presidência da República. Numa sinalização de seu comprometimento com a candidatura de Serra, o primeiro gabinete visitado pelo governador mineiro em Brasília foi o do presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), coordenador-geral da campanha presidencial tucana. Indagado se sua campanha em Minas deve deixar bem claro que o candidato a presidente é Serra, respondeu: "Não há dúvida alguma. Tanto que eu estou até, coincidentemente, passando aqui primeiro no gabinete do presidente do meu partido, senador Sérgio Guerra. O nosso candidato é o governador José Serra, e com ele vamos ganhar as eleições, não só em Minas, mas, tenho certeza, em todo o Brasil". A postura de Dilma em sua viagem a Minas Gerais - a primeira como pré-candidata - foi criticada pelo governador, que assumiu o cargo com a desincompatibilização de Aécio Neves, por enquanto pré-candidato ao Senado. "Soou estranho", disse Anastasia, em relação à visita feita pela ex-ministra ao túmulo do ex-presidente Tancredo Neves. "Naquela oportunidade, o PT não só não apoiou [a eleição de Tancredo] como até expulsou deputados do PT que votaram no presidente Tancredo Neves. Então, é algo estranho", afirmou. Na opinião do tucano, todos os candidatos a presidente têm direito de viajar pelo Brasil, apresentando suas propostas e recebendo apoios, mas "têm que tomar certa cautela com gestos, para ver a impressão que isso causa no cidadão de cada Estado, em respeito à sua história e à sua trajetória". Anastasia considerou um "fato positivo" os elogios feitos pela ministra ao governo de Aécio Neves, do qual era vice, e afirmou que o êxito da gestão tucana em Minas será transferido a Serra durante a campanha. "Temos aí uma identidade de princípios, de modelo, uma identidade partidária e do modo de trabalho". |
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