"Vamos ressuscitar os aloprados", diz tucano
BRENO COSTA
da Folha de S.Paulo
da Folha de S.Paulo
"Deixa o Serra em casa. Ele não precisa [falar a respeito de escândalos]", disse Guerra, em resposta a declarações da ex-ministra e pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, que afirmou que "esse debate é muito bom para a gente".
Na última quarta-feira, na cerimônia que marcou sua despedida do cargo de governador de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, Serra fez suas mais duras declarações em relação ao governo federal.
Entre outras críticas, disse, referindo-se veladamente ao escândalo do mensalão, que "aqui [no seu governo] não se cultivam escândalos, malfeitos, roubalheira, mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito".
Até então, vinha buscando manter distância de um confronto mais aberto com o governo, estratégia que não era seguida pelo resto da cúpula tucana, como Guerra, que sempre fez ataques diretos a Dilma.
"Vamos ressuscitar os aloprados. Vamos fazer isso no foro adequado, que é o Congresso", disse Guerra.
No domingo, a Folha revelou que os envolvidos vivem sem preocupações com o desenrolar do caso do dossiê contra José Serra, na véspera das eleições de 2006. Na época, a Polícia Federal apreendeu uma mala com R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar informações contra Serra.
O suposto dono da mala, Hamilton Lacerda, um dos "aloprados", hoje é fazendeiro na Bahia e administra um capital social de R$ 1,5 milhão.
Dilma também tem usado a passagem de Serra pelo Ministério do Planejamento (1995-1996), durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para dizer que na gestão do adversário não houve planejamento, o que, segundo a petista, levou ao apagão energético, no fim do governo FHC.
"Vistosa propaganda"
"O Serra não tem nada a ver com o apagão. Todo mundo sabe disso", disse Sérgio Guerra. "O Serra, quando ministro [do Planejamento], lançou um programa chamado Brasil em Ação, que, bastante deturpado nos seus objetivos iniciais, transformou-se no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], que é uma vistosa propaganda", afirmou.
Ontem, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) entrou na discussão ao dizer que o PSDB não tem moral para falar do PT tendo o DEM como aliado.
"O DEM está aberto para discutir ética com o PT. Vamos discutir o mensalão de Brasília e o do PT. Eles estão com Bancoop vivo, mensalão vivo, aloprados vivos", disse o líder do partido na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC).
Para o deputado, o efeito de escândalos sobre Dilma será distinto do sentido por Lula, que manteve a popularidade. "Ela não tem blindagem para isso, ela vai ter que se explicar."
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