22/01/2010
Marina Silva declara que PAC tem ‘visão equivocada’
Folha
Devagarinho, o PAC vai se convertendo numa espécie de Programa de Aceleração da Controvérsia.
Devagarinho, o PAC vai se convertendo numa espécie de Programa de Aceleração da Controvérsia.
Nesta sexta (22), Marina Silva, a presidenciável do PV, achegou-seà polêmica, até aqui restrita a tucanos e petistas.
Disse: "O programas tem um visão equivocada. É a visão da aceleração pela aceleração...”
“...Precisamos dos investimentos em infraestrutura, mas ele pode ser feito de forma cuidadosa com as questões sociais e ambientais".
Não considera a hipótese de acabar com o PAC, como defendera Sérgio Guerra, o presidente do PSDB.
Tampouco considera que tenha alcançado a perfeição apregoada por Dilma Rousseff, a presidenciável do PT.
"Tem que se pensar a infraestrutura do país de forma mais estratégica. Não se trata apenas de ter investimentos fragmentados...”
“...É preciso ter um olhar mais integrado para o programa". Acha que o trololó entoado por PSDB e PT ao redor do PAC é sinal da antecipação da campanha.
Pela lei, a campanha começa em 5 de julho. Rendendo homenagens ao óbvio, Marina atribuiu a Lula a subida prematura dos contendores ao ringue.
"Houve um antecipação e fica difícil para os demais não se colocarem na pré-campanha”.
Acha que, ao levar Dilma à vitrine, fica difícil para o governo “exigir que os demais [candidatos] fiquem sentados".
Como Marina não falou em extinção do PAC, Dilma não há de dirigir a ela os ataques que endereçara ao tucano Sérgio Guerra.
Como os reparos de Marina pingaram de seus próprios lábios, o petista Ricardo Berzoini não há de acusá-la de ser jagunça terceirizada.
Marina falou no Rio. Foi à cidade para gravar participação na propaganda televisiva do PV. Vai ao ar em 4 de fevereiro, no horário nobre. Coisa de dez minutos.
Realçará um tema único: educação. Destacará a biografia de Marina, uma ex-seringueira alfabetizada aos 16 anos.
Ao falar aos repórteres, Marina tinha a seu lado o deputado verde Fernando Gabeira, que confirmou sua condição de candidato ao governo do Rio.
Gabeira pilotará uma coligação igual à que o levara ao segundo turno da eleição municipal carioca de 2008: PV, PSDB, DEM e PPS.
A aliança com o bloco que dá suporte à candidatura presidencial do tucano José Serra sugeriria a formação de um palanque duplo.
Inquirida, Marina esclareceu, com a voz mansa que a caracteriza: não vai compartilhar Gabeira. "Dividir com Serra de jeito nenhum. Sou possessiva".
Marina apenas ecoa em público os acertos que Gabeira faz em privado. Terá como candidato a vice-governador um tucano.
No primeiro turno, Gabeira cuida de sua própria campanha e da de Marina. Caberia ao vice do PSDB levar o nome de Serra à campanha do Rio.
No segundo turno, vingando a disputa Serra X Dilma, Gabeira estaria à vontade para postar-se ao lado do tucanato.
Escrito por Josias de Souza às 19h08
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