Iniciativa de Serra em fortalecer candidatura à Presidência é muito boa, diz Aécio
Plantão | Publicada em 18/01/2010 às 20h01m
Cássio BrunoO governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PDSB), disse nesta segunda-feira, após encontro com o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia, no Rio, que não pretende voltar atrás na desistência de concorrer à sucessão presidencial e que vai disputar o Senado. O tucano, inclusive, avaliou como "muito bom" a iniciativa do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), pré-candidato à Presidência, ter assumido uma postura mais ativa nas articulações políticas para fortalecer sua candidatura contra a da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
- Muito bom. Estimulo isso. Estou à disposição dele (Serra). No momento em que eu abro mão da disputa presidencial, faço um gesto de convergência. Um gesto que tem que ser visto como um gesto de desprendimento entorno daquilo que é mais importante, que é a construção da nossa unidade e a nossa unidade é o mais vigoroso instrumento que temos para chegar à vitória - afirmou Aécio.
O tucano avaliou também que pode contribuir para uma possível vitória de Serra em Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. O governador mineiro ressaltou ainda que seu caminho ao Senado é natural nas eleições de outubro, apesar de não considerar irreversível a sua decisão de não concorrer com Serra a indicação do PSDB para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Irreversível é a morte. Não há nada além disso. Mas eu tenho uma decisão muito racional. Acho que onde eu posso trazer uma contribuição maior à vitória do nosso candidato, respeito até os que pensam de forma diferente, mas eu estou cada vez mais convencido de que vencer em Minas Gerais é muito importante para o nosso candidato à Presidência da República. E, para ajudar nessa vitória em Minas Gerais, eu devo estar em Minas Gerais. E, obviamente e eventualmente, em outras partes do país, mas devo centrar o meu esforço em Minas. Então, essa decisão de uma candidatura ao Senado não é uma decisão impensada. É uma decisão que é fruto de uma avaliação muito consistente. E é o sentimento da maioria dos meus companheiros - ponderou ele.
O governador confirmou que não participará nesta terça-feira da agenda do presidente Lula e de Dilma Rousseff em Minas Gerais.
- Na verdade, eu fui comunicado da agenda quase no final de semana e estou retornando para Minas, onde tenho outros compromissos. Expliquei isso ao presidente, que compreendeu perfeitamente.
Aécio participou de um almoço no apartamento de Rodrigo Maia, em São Conrado, Zona Sul do Rio. O encontro durou cerca de duas horas. Ao sair, o governador de Minas Gerais destacou que a prioridade agora são as costuras regionais para a montagem dos palanques:
- Aproveitamos para fazer uma análise mais detalhada da situação. Não só das coligações, mas da realidade eleitoral nos vários estados brasileiros. Chegamos no momento, realmente, de começarmos a definir algumas dessas coligações.
Em relação à corrida eleitoral no Rio de Janeiro, onde o pré-candidato da coligação PV/PSDB/PPS/DEM é o deputado federal Fernando Gabeira (PV), Aécio Neves considerou que "questões pessoais" deveriam ser deixadas de lado. O tucano referiu-se a um dos principais entraves desse bloco: a resistência do presidente estadual do PV no Rio, vereador Alfredo Sirkis, ao nome do ex-prefeito Cesar Maia (DEM), que pretende concorrer ao Senado. Sirkis foi secretário municipal de Urbanismo no governo de Cesar Maia.
- Quando se busca o entendimento, você não pode iniciá-lo por resistência. Você tem que ver dentro do projeto maior o que mais interessa aos partidos. Acho que as questões de ordem pessoal são absolutamente secundárias. Acho que aqui (no Rio) é possível e seria muito positivo o encaminhamento onde o Democratas, o PSDB e o PV pudessem, além de outros parceiros, estar construindo um palanque único - disse o tucano.
Rodrigo Maia também criticou Sirkis:
- Tenho certeza que a questão pessoal do Sirkis não é maior do que a vontade do PV e de todos nós. Nossa prioridade é o coletivo. E o coletivo passa pelo entendimento maior, que é a unidade dos quatro partidos para concorrer contra o atual governo (de Sérgio Cabral, pré-candidato à reeleição).
Segundo o deputado, a aliança entorno das pré-candidaturas de Gabeira e Cesar Maia garantiria palanques no estado do Rio para Serra e para a senadora Marina da Silva (PV-AC), que também é pré-candidata à Presidência.
- Gabeira faz campanha para Marina e, Cesar, para Serra explicou o parlamentar.
Sirkis, por sua vez, descartou apoio a Cesar Maia:
- Essa discussão é perda de tempo. O PV não vai apoiá-lo. Não há hipótese. São quatro partidos e, portanto, quatro candidatos ao Senado. Cada eleitor escolhe dois para votar e pronto.
No último domingo, uma reunião da executiva estadual do PV confirmou Gabeira como pré-candidato ao governo do Rio e da vereadora Aspásia Camargo para o Senado.
- Amanhã (terça-feira) haverá um encontro nacional do partido. No âmbito do PV, minha candidatura está confirmada, mas debatendo as condições. Uma delas, e a primeira, é se Serra e Marina ficarão confortáveis (com dois palanques no Rio). A questão do Sirkis ficará para uma segunda discussão - contou Gabeira.
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