Pavan assume o governo. Data depende de conversa com o governador Luiz Henrique |
13 de Janeiro de 2010 |
Declaração foi feita em coletiva à imprensa, hoje, 12, na sede do PSDB-SC, com a presença do presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra. Estimulado pela alta direção do PSDB, o vice-governador, Leonel Pavan, resolveu voltar ao ringue político e assumir o comando do Executivo estadual. A posse, que ocorreria dia 5 deste mês, graças a antigo acordo com o titular do posto, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), foi adiada por conta da denúncia do Ministério Público, divulgada em fins do ano passado, contra o vice-governador. No processo, Pavan é acusado de tentar favorecer empresa ligada ao setor de combustível, devedora do fisco estadual, sendo enquadrado pelos crimes de corrupção ativa, advogacia administrativa e quebra de sigilo funcional. Gov. Luiz Henrique Nas diversas entrevistas que Pavan concedeu à imprensa alegou inocência e que preferia cuidar de sua defesa, entregue ontem, 11, ao Tribunal de Justiça. Nessa mesma segunda-feira, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, veio a Santa Catarina oficializar a solidariedade dos tucanos ao seu correligionário, manifestada publicamente em coletiva realizada na sede do tucanato catarinense, em São José, na manhã desta terça-feira, 12. Primeiro a se manifestar, Sérgio Guerra relembrou o período de convivência com o então senador Leonel Pavan, durante quatro anos, em Brasília, não poupando elogios à sua conduta parlamentar. Disse que se reconhece facilmente a natureza de um mandato, se é focado na preocupação pública ou no interesse privado e que Pavan, em nenhum momento, mostrou motivação que não fosse o interesse público, em consonância com seu compromisso popular. Na hora certa Questionado se não teria demorado a manifestação pública de solidariedade, o presidente nacional da sigla disse que o PSDB estava “intensamente preocupado” mas que “chegou na hora certa”, pois agora pode falar com mais segurança, estando por dentro da defesa, que considerou consistente e capaz de provar a inocência de Pavan. Lembrou, inclusive, que o ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Jorge, e vice-presidente do PSDB, profundo conhecedor da área jurídica e fiscal, se inteirou do caso e ajudou a tranquilizar o tucanato. “Temos confiança de que todas as denúncias serão esclarecidas e a inocência provada”, asseverou. Desconsiderou, inclusive, um possível cenário de acatamento da denúncia, pelo TJ, e a possibilidade de o caso seguir adiante. Sérgio Guerra alegou que como o PSDB é um partido de oposição ao atual governo, está muito exposto a tentativas de mostrar que os tucanos “não estão preparados para governar o Brasil”. Citou o caso da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, que esteve sob intenso fogo cruzado de denúncias, que acabaram não sendo acatadas nem pelo Legislativo nem pela Justiça estadual, causando porém tremendo desgaste político. Estímulo à volta ao ringue Assim como boa parte do PSDB estadual, o PSDB nacional espera que Pavan volte ao ringue político e assuma suas responsabilidades à frente do executivo catarinense. O vice-governador justificou, na coletiva, sua estratégia, de se recolher e pensar na defesa. Lembrou que conversou com toda a imprensa, ainda no ano passado, e reiterou que se dirigiu à Polícia Federal sem estar acompanhado de advogado, porque foi com a intenção de colaborar e não para depor num processo contra ele mesmo.“ É a primeira vez que deponho na Polícia Federal nessa condição, em todos esses anos de vida pública”, acentuou. E desafiou os profissionais de imprensa presentes a procurar processos contra ele na Justiça. Pavan foi bastante inquerido sobre sua agenda - especialmente com relação à data da posse e às viagens programadas em período em que o governador Luiz Henrique também estaria fora, o que faria o presidente do Tribunal de Justiça assumir o cargo. Desconversou sobre a data exata, mas deixou claro que pretende voltar bem antes do prazo de desincombatibilização (3 de abril) exigido por lei para a saída de Luiz Henrique, candidato ao Senado. A data da posse, disse, “depende de uma conversa com o governador”. Como é pública e notória a afirmação de Luiz Henrique que “Pavan assume quando quiser”, espera-se a mudança no Executivo estadual para o final deste mês ou no máximo para o início de fevereiro. Cenário político nacional Perguntado sobre o embate eleitoral dos tucanos com a petista Dilma Roussef, nas eleições presidenciais de 2010, o senador Sérgio Guerra traçou um panorama otimista. Primeiro, descartou a ideia de plebiscito (governo Lula x governo FHC), como deseja o PT, pois acha que o povo não quer olhar o passado, quer saber quais são os candidatos e o que eles têm a oferecer. Desfiou sorridente o vasto currículo do governador José Serra, (único postulante à candidatura presidencial pelo PSDB, depois da desistência do governador de Minas, Aécio Neves). Destacou que Serra foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), deputado Constituinte, prefeito e “ o melhor ministro da Saúde que o país já teve”. Repetiu o que disse em entrevista à Revista Veja desta semana, sobre o programa do partido, hoje mais à esquerda do que o PT . Ao se debruçar sobre as perspectivas eleitorais, contabilizadas em votos, lembrou que Dilma não é Lula e que nenhum candidato repetirá o desempenho eleitoral de Lula no Nordeste, nem mesmo ela. Admitiu, porém, que lá é a região mais difícil para os tucanos. “Podemos perder no Nordeste mas não tão feio como Alckmin perdeu para Lula em 2006”, disse. Reconheceu dificuldades de palanque no Ceará, terceiro maior colégio eleitoral da região (estado em que o senador Tasso Jereissati prefere buscar a reeleição do que se aventurar na disputa ao governo contra Cid Gomes, do PSB, que busca o segundo mandato). No Norte, Gerra vê perspectivas menos sombrias do que em 2006, quando os tucanos foram esmagados no Amazonas. Acha que no Pará, governado pela petista Ana Júlia Carepa, não apenas Serra se sairá bem, como Simão Jatene (candidato ao governo estadual). Na região Centro-Oeste, o líder do tucanato também demonstrou otimismo com o desempenho eleitoral de Serra, citando as boas perspectivas de palanques estaduais em Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. No Sudeste, a falta de palanque no Rio (terceiro maior colégio eleitoral do país), poderá ser compensada com uma vitória expressiva em São Paulo, disse Sérgio Guerra que não pareceu temer uma reação dos mineiros à não-candidatura presidencial de Aécio Neves, em favor de Serra. “Aécio disse que vamos ganhar em Minas”, relatou. Quanto ao Sul, o presidente nacional do PSDB não escondeu sua tranquilidade, confiando na boa votação do tucano José Serra nos três estados."Tarso Genro (PT), vai nos ajudar a ganhar no Rio Grande do Sul, ironizou Sérgio Guerra em função do Programa Nacional dos Direitos Humanos 3 (saído do Ministério da Justiça, comandado por Tarso), que ele considera “tiro no pé”, por se indispor com diversos segmentos da sociedade, entre os quais as Forças Armadas, a Igreja, o agronegócio e entidades ligadas aos órgãos de imprensa. Presenças Presentes na coletiva, também, Marcos Tebaldi, ex-prefeito de Joinville e presidente em exercício do PSDB-SC; deputados estaduais Serafim Venzon; Jorginho Mello; secretário da Saúde, Dado Cherem; prefeito de Imbituba, Beto Martins, entre outros. |
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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
Leonel Pavan assume o governo em SC
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