Ciro reafirma plano presidencial e descarta São Paulo
Antônio Cruz/ABr
De volta ao Brasil, Ciro Gomes informou à direção do seu partido, o PSB, que continua decidido a disputar a Presidência da República.
De volta ao Brasil, Ciro Gomes informou à direção do seu partido, o PSB, que continua decidido a disputar a Presidência da República.
Declarou também que está “descartada” a hipótese de comparecer às urnas de 2010 na condição de candidato ao governo de São Paulo.
Ciro desembarcou em Fortaleza na madrugada desta terça (26). Estava na Europa havia 15 dias. Viagem de férias.
Chegou na véspera do encontro que Lula terá, nesta quarta (27), com o governador de Pernambuco Eduardo Campos, que preside o PSB.
Em meio a compromissos administrativos, Lula se conversará com Campos sobre 2010. Quer empurrar Ciro da cena nacional para a de São Paulo.
Campos e Ciro conversaram pelo telefone. O deputado reiterou ao governador que continua de pé o seu projeto presidencial.
Ciro disse que só não será candidato se o partido não quiser. Nessa hipótese, recusa-se levar o rosto à vitrine de São Paulo. Prefere ausentar-se da eleição.
Além da conversa com Campos, Ciro trocou telefonemas com outros dirigentes do PSB. Entre eles o secretário-geral da legenda, senador Renato Casagrande (ES).
Em todos os diálogos, o mesmo diapasão: Quer brigar pela presidência, descarta São Paulo e acomoda seu futuro nas mãos do partido.
Eduardo Campos comprometeu-se com Ciro a evitar que o encontro com Lula resultasse numa batida de martelo.
Para desassossego do presidente, o PSB mantém-se aferrado à idéia de empurrar para março a decisão sobre o futuro Ciro.
A data havia sido combinada pela cúpula do partido num jantar que tivera com Lula, no Palácio da Alvorada, em setembro de 2009.
Nesse encontro, Ciro dissera a Lula que sua participação na disputa presidencial serve aos interesses do governo.
Para Ciro, se levar adiante o plano de converter 2010 num plebiscito PT X PSDB, Lula arrisca-se a entregar a vitória ao tucano José Serra no primeiro turno.
O presidente dá de ombros. E insiste para que Ciro se enrole na bandeira de candidato ao governo paulista.
Mantido o impasse, Eduardo Campos recordará a Lula o acordo que condiciona a definição à análise da conjuntura de março.
Considerando-se que Ciro transferiu para o PSB a definição quanto ao papel que vai desempenhar na eleição, é de perguntar: O que pensa o partido?
O repórter apurou que a maioria dos dirigentes do PSB condiciona a manutenção da candidatura presidencial de Ciro à celebração de alianças.
A legenda idealizara uma composição com PDT e PCdoB. Algo que asseguraria a Ciro entre quatro e cinco minutos de propaganda televisiva.
Porém, Lula cuidou de arrastar os dois parceiros cobiçados pelo PSB para dentro da mega-coligação que se forma ao redor da petista Dilma.
Ciro declarou aos correligionários que topa disputar o Planalto mesmo assim, sozinho, com um tempo de TV que roçaria os dois minutos. Ele soou animado.
Disse aos mandarins do PSB que o PT só cresceu porque Lula disputou sucessivas eleições.
Manteve-se no páreo mesmo quando escorado em estruturas políticas mixurucas.
Embora leve o pé atrás em relação ao otimismo de Ciro, Eduardo Campos decidiu operar para que ele disponha de tempo. Vai tentar tourear a ansiedade de Lula.
Campos chamou a Pernambuco, para tomar parte da conversa com o presidente, o ex-ministro Roberto Amaral, vice-presidente do PSB.
Até a noite passada, a menos que Lula pedisse, Ciro não cogitava deslocar-se de Fortaleza para o Recife. Não deve dar as caras na reunião.
A agenda de Lula favorece o PSB. Está apinhada de compromissos administrativos. Não parece haver espaço para uma conversa política longa.
Assim, a despeito do desejo de Lula, Ciro continuará frequentando o noticiário das próximas semanas como pretendente à Presidência da República.
Escrito por Josias de Souza às 02h46
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