Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Gabeira, 'ponto G' da oposição no Rio


Oposição descobre seu Palanque G

Coisas da Política
Jornal do Brasil - 19/01/2010
 
Uma das notícias mais comentadas da última semana mostrou que cientistas britânicos chegaram à conclusão de que o Ponto G das mulheres não existe. O resultado da pesquisa tem gerado comentários vários, discussões de médicos, psicólogos, psicanalistas e outros especialistas – ou não – no assunto. Como se sabe, o Ponto G era a suposta zona erógena feminina, muito procurada, e que tantas fantasias despertou no imaginário de homens e mulheres pelos prazeres que poderia proporcionar. Pois é curioso que, no mundo da política brasileira, justamente nos últimos dias, a oposição finalmente tenha encontrado o que tanto queria. O Ponto G da oposição é o Gabeira. É o seu Palanque G.
A região, a zona a explorar já era conhecida, o Rio de Janeiro. Mais do que apenas garantir presença no terceiro maior colégio eleitoral do país, a confirmação de que Fernando Gabeira (PV) disputará a eleição para governador do estado desperta na oposição as mais profundas fantasias eleitorais. Quem não se lembra do frisson que o deputado federal provocou nas últimas eleições municipais do Rio, quando uma verdadeira onda de apoios múltiplos ao candidato tomou conta da cidade? Gabeira, com pouco tempo de rádio e TV e menos recursos e aparatos que Eduardo Paes (PMDB) – apoiado pelo governador e, na reta final, pelo presidente Lula – fez uma campanha que empolgou pela criatividade, pela sua própria trajetória e pelo discurso da ética.
Parecia até uma campanha dos anos 80, cheia de political appeal, militantes estimulados, interessados, e não pessoas pagas, que seguram placas e bandeiras no meio da rua com cara de enfado. A célebre e propagada chicotada verbal de Gabeira, dedo em riste contra o então presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, era a síntese da imagem de um político não convencional, de oposição, algo tão caro a certo eleitorado carioca. Gabeira, que largou atrás na disputa e chegaria ao segundo turno depois de ultrapassar Jandira Feghalli (PCdoB) e Marcelo Crivella (PRB), perdeu a contagem, cabeça a cabeça, para Paes, por uma diferença de apenas 1,66%. A cidade saiu dividida das eleições – 50,83 contra 49,17% – e Gabeira, apesar da derrota, encheu seu colchão com 1.640.970 votos.
É neste cacife eleitoral que está de olho o pré-candidato a presidente do PSDB, José Serra. Há tempos, o governador de São Paulo vinha tentando abrir espaço no Rio, tendo como principal cupido oposicionista no estado o ex-prefeito Cesar Maia (DEM). Tal qual o início de qualquer relacionamento, o jogo de sedução teve os olhares e os lances de recusas e não me toques. Há alguns meses, Gabeira disse não. O Palanque G se escondia. Argumentava que sua candidatura não poderia servir ao mesmo tempo ao tucano Serra e à candidata do seu partido (PV), Marina Silva. Em agosto, ao falar das dificuldades, o próprio Gabeira comparou-se à fogosa personagem de Jorge Amado. “Não sabemos como é que fica, é a engenharia mais difícil até agora: Dona Flor e seus dois maridos”. Ou seja, dois corpos não poderiam ocupar o mesmo espaço. Mas como a imaginação e o comportamento dos políticos, dos amantes e dos escritores não seguem as leis da física, consuma-se o fato.

Gabeira, afinal, aceitou ser Dona Flor. E terá que se virar. A não ser que consiga, como se tem especulado, que Marina Silva aceite ser a vice na chapa tucana, ficando tudo em família. Como está, uma das saídas seria Marina ocupar seu palanque no primeiro turno e Serra no segundo. Mas isso pressuporia um desprendimento muito grande do governador paulista, a quem caberá, afinal, ser o marido que ajudará a pagar as contas, arrecadando e disponibilizando recursos para a campanha.
Outro ponto em aberto é se Gabeira irá encantar novamente o eleitorado e alcançar o turno derradeiro, para que o tucano suba em seu palanque. A disputa não será fácil. Há Cabral e Garotinho. E, como o deputado já dizia na campanha para prefeito, terá que enfrentar as poderosas máquinas federal, estadual, municipal e Universal, que agora deve ser representada pelo apresentador da Record, Wagner Montes. Neste cenário competitivo, José Serra e Gabeira poderão ter dificuldade de se satisfazerem.

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