Enviado por Ricardo Noblat -
21.1.2010
|6h45m
DEU EM O GLOBO
Escolha do vice faz PMDB antecipar a convenção
Diante da preferência de Lula pelo mineiro Hélio Costa, partido quer fortalecer Temer
De Ilimar Franco, Adriana Vasconcelos e Gerson Camarotti:
Poucas horas depois de ser avisada de que o presidente Lula não tem pressa em definir o nome do candidato a vice na chapa da ministra Dilma Roussef à Presidência da República, a cúpula do PMDB, reunida em um jantar, decidiu antecipar para 6 de fevereiro a convenção do partido que aconteceria em março, para reeleger o deputado Michel Temer(SP) como presidente da legenda.
Trata-se de uma reação ofensiva dos aliados de Temer à preferência que o presidente Lula vem dando nos últimos dias ao nome do ministro mineiro Hélio Costa (Comunicações), também do PMDB, para vice de Dilma. Lula alega que Costa daria maior contribuição à campanha de Dilma por ser de Minas, segundo maior colégio eleitoral do país — especialmente agora que o governador Aécio Neves declarou que vai se empenhar para dar vitória ao colega José Serra no estado.
O grupo de Temer, que tenta se fortalecer mantendo o comando do partido, também não gostou do recado de Lula de que não é hora de definir o vice, sendo que o presidente da Câmara já era dado praticamente como certo para a vaga.
— Não tem demora na definição do vice. Não sei quem tem interesse em antecipar isso. O vice tem momento certo. Não interessa a ninguém a antecipação — disse o ministro de Relações Institucionais, o petista Alexandre Padilha, após encontro com Temer, no início da tarde.
À noite, a cúpula do PMDB se reuniu na residência oficial de Temer para definir uma estratégia para não perder espaço na aliança presidencial com o PT e a primeira providência foi anunciada: antecipar para fevereiro a reeleição de Temer na presidência do partido.
Aliados de Temer estão cientes da resistência do presidente Lula ao nome dele e não escondem preocupação com a costura, nos bastidores, da troca de seu nome pelo de Hélio Costa, pré-candidato ao governo mineiro. Uma eventual mudança no nome de vice de Dilma, terá que passar, portanto, por Temer, agora mais fortalecido no comando do PMDB.
O próprio presidente da Câmara já admite reservadamente que a escolha de seu nome para vice não está garantida e publicamente só fala em reeleição como deputado. A pressão fica por conta de seus aliados.
— Politicamente, Temer é o nome que mais agrega o PMDB. Mas temos que resolver Minas Gerais. Essa é a pendência número um. Lula escolheu a Dilma e é o PMDB que vai definir o vice. Quanto mais cedo resolvermos isso, melhor — avisou o líder do PMDB, Henrique Alves.
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