Lula e Serra se encontram e restabelecem o 'cinismo'
Bruno Miranda/Folha
No circo da política, só há dois tipos de personagens: os cínicos e os que não conseguem se conter.
No circo da política, só há dois tipos de personagens: os cínicos e os que não conseguem se conter.
Ao longo da semana, tucanos e petistas sacudiram o picadeiro numa eletrizada troca de sopapos verbais.
Privatistas! Irresponsáveis! Incompetente! Mentirosa! Jagunço! É calúnia! Babaca!
Nesta sexta (22), Lula e José Serra avistaram-se em São Paulo. E ocinismo, para tranquilidade geral, foi restabelecido.
Presidente petista e governador tucano foram inaugurar um laboratório de remédios na cidade paulista de Itapita. Presente também uma risonha Dilma Rousseff.
Na véspera, o PT chamara Serra de “hipócrita”. Acusara-o de esconder-se atrás das críticas disparadas pelo tucano Sérgio Guerra, seu “jagunço”.
Pois bem. Ao discursar ao lado de Lula, o pseudo-oposicionista Serra falou do tema preferido do presidente: futebol.
Contou que, ao chegar, trocara um dedo de prosa com o grupo de funcionários que o aguardava na entrada do laboratório.
“Fui lá cumprimentá-los, perguntei se tinha algum palmeirense e tinha muito pouco, infelizmente...”
“...Mas o deputado (estadual, Barros) Munhoz me garante que Itapira tem mais palmeirenses do que parece".
Serra animou-se a perguntar qual era o time da preferência da platéia. Palmeirenses, de fato, quase nenhum.
E o grão-tucano, levando um risinho à ponta do bico: "Estamos mal. O governador não pode ser perfeito".
Ao receber a bola levantada por Serra, Lula, que na véspera dera canelada no “jagunço” do governador –“É um babaca”— limitou-se a levá-la à rede:
"Foi Deus que botou na cabeça do [ministro da Saúde José Gomes] Temporão a ideia de me convidar para vir aqui hoje...”
“...Não tem nada mais importante para um corintiano do que ver um palmeirense perceber que tem tão pouco palmeirense aqui e tanto corintiano. Serra, já ganhei o dia por isso".
Difícil saber o que espanta mais na política, se a troca de ofensas genuínas ou o intercâmbio de gentilezas falsificadas.
De concreto, apenas uma convicção: à platéia, além do custeio da bilheteria, cabe, por ora, o papel de palhaça.
- Em tempo: À noite, ao lado de Dilma, Lula participou da inauguração de um sindicato. PResidente e candidata discursaram. Ele exaltou o PAC. Ela defendeu a continuidade da gestão do chefe, de quem ganhou um elogio: "palanqueira".
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Escrito por Josias de Souza às 18h04
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