Lula e partido aumentarão a pressão sobre Ciro
Folha de S. Paulo - 25/01/2010 |
Os petistas planejam para esta semana uma forte pressão sobre o PSB, partido do deputado federal Ciro Gomes (CE), terceiro colocado no principal cenário da mais recente pesquisa Datafolha de intenção de voto para o Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem encontro marcado com a direção nacional do PSB e, se possível, com o próprio Ciro (que estaria em férias no exterior) nesta quarta-feira. Segundo petistas que participaram do encontro da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil) no final de semana em São Roque (SP), Lula fará um último apelo para que Ciro deixe a corrida presidencial e aceite concorrer ao governo do Estado de São Paulo. No âmbito nacional, a sigla do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, se engajaria formalmente na campanha da ministra Dilma Rousseff. "Nosso próximo passo é garantir a unidade na eleição", afirmou o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra. O PSB integra a coalizão de partidos em torno da gestão Lula. Em setembro do ano passado, Ciro transferiu seu domicílio eleitoral para a capital paulista, o que lhe dá o direito de concorrer ao Bandeirantes. "Se há um exemplo que devemos tirar da eleição no Chile é o de que o governo não se divide em uma eleição. Em uma campanha, é claro que o candidato governista que está atrás tentará se diferenciar do governista que está na frente. Isso quase sempre se dá com ataques e, no segundo turno, torna-se mais difícil trazer de volta aquele eleitor que ficou para trás", afirmou Dutra. Nas eleições chilenas, Eduardo Frei, candidato da presidente Michelle Bachelet -avaliada com índices positivos que beiram 80%- perdeu no segundo turno para o empresário de oposição Sebastián Piñera. No primeiro turno, Frei teve de enfrentar também Marco Enríquez Ominami, que ficou em terceiro com 20%, e fazia parte da Concertación, o mesmo grupo político de Bachelet. Caso Ciro não aceite liderar uma frente antitucanos em São Paulo, os petistas avaliam que se abrirá no partido uma disputa pela vaga com cinco nomes preferenciais: Marta Suplicy, Aloizio Mercadante, Emidio de Souza, Fernando Haddad e Eduardo Suplicy. Marta havia afirmado que apoiaria o deputado federal Antonio Palocci, mas, como ele desistiu de concorrer, a ex-prefeita voltou ao páreo, pois sua candidatura, na visão dos petistas, deve garantir a Dilma um palanque estável em São Paulo. Já Mercadante tem repetido que pretende disputar a reeleição para o Senado, apesar dos apelos do Planalto. |
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