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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Cabral não aceita dois palanques no Rio


Carnaval 2010: Cabral descarta 2 palanques para Dilma


LUCIANA NUNES LEAL - Agencia Estado

RIO - O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), deixou claro na noite de hoje, ao chegar ao sambódromo para o segundo de desfiles do Grupo Especial das escolas de samba, sua contrariedade à ideia de que a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência, tenha dois palanques no Estado. Além de Cabral, candidato à reeleição, Dilma tem o apoio do ex-governador Anthony Garotinho, candidato ao governo do Estado pelo PR.

Cabral e Garotinho já foram aliados, mas atualmente são adversários políticos. "Quando tem dois palanques de situação, aqui (no Rio de Janeiro) essa equação não fecha. Como ela (Dilma) vai, no mesmo dia, ao palanque de situação e ao palanque de oposição?", questionou Cabral, antes de subir para o camarote do governo do Estado. "Vai acabar perdendo o voto até da minha mulher."

Cabral disse ter conversado sobre o palanque duplo com a própria Dilma na noite de domingo, no Palácio das Laranjeiras, onde eles se encontraram antes de seguir para o sambódromo. "Eu disse a ela o que eu pensava", afirmou Cabral.

O governador fez ainda muitos elogios ao atual governador de São Paulo, o tucano José Serra, que deve disputar a Presidência com Dilma. Serra era esperado no camarote de Cabral, para assistir ao segundo dia de desfiles. O governador do Rio, no entanto, disse ter sido informado às 5h30 que Serra não iria mais ao sambódromo.

Cabral não soube explicar o motivo da desistência. "Eu adoro ele, sou amigo dele, para mim seria um prazer recebê-lo. Ele sabe que minha candidata é a Dilma, mas eu o receberia com o maior prazer. Estava tudo certo. Até comentei com a Dilma que ele viria. Ela é uma democrata, não teria o menor problema. Na última hora, aconteceu alguma coisa", afirmou Cabral, que hoje chegou à Marques de Sapucaí acompanhado do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, que foi vice-presidente da Argentina durante o governo de Néstor Kirchner.

O deputado federal Otávio Leite, do PSDB do Rio, afirmou que uma crise de sinusite impediu a viagem de Serra para assistir aos desfiles. Segundo ele, o médico do governador recomendou que Serra ficasse de repouso hoje e amanhã.

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