Aliado diz que Aécio mira Senado para se fortalecer
Eduardo Kattah |
O Estado de S. Paulo - 19/02/2010 |
A disposição do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), de disputar uma cadeira no Senado faz parte de uma estratégia para consolidar seu nome como uma liderança nacional. A afirmação foi feita ontem pelo presidente do Diretório Estadual do partido, deputado federal Nárcio Rodrigues. Aécio e o governador de São Paulo, José Serra, combinaram um encontro para a próxima semana. Tucanos mineiros asseguram, porém, que praticamente não há chance de o governador aceitar compor como vice numa chapa encabeçada pelo colega paulista. "O Aécio queria ser candidato à Presidência, mas não deu. É candidato a senador e vai chegar a Brasília credenciado para exercer a sua liderança nacional", enfatizou Nárcio ao Estado. Aliados do mineiro não escondem a irritação com a tese da chapa puro-sangue, considerada "deselegante" e "constrangedora". Interlocutores de Aécio também encaram com ceticismo a hipótese de Serra desistir da disputa na última hora e optar por concorrer à reeleição. O PSDB-MG já decidiu lavar as mãos com relação à definição da estratégia presidencial do partido, com o argumento de que o diretório regional foi "derrotado" no processo interno. Ontem, o vice-governador e pré-candidato do PSDB em Minas, Antônio Anastasia, observou que a vontade de que Aécio seja candidato à Presidência ainda "existe e permanece", mas salientou que ele já manifestou publicamente que irá se candidatar ao Senado. Nárcio ressaltou que não cabe agora nenhum tipo de questionamento sobre o tempo definido pelo paulista para o provável anúncio de sua candidatura, previsto para o fim de março. Antes de abandonar a pré-candidatura presidencial, Aécio pressionou para que a definição ocorresse em dezembro ou início de janeiro. "Não podemos questionar o timing dele e nem o partido, mas não podemos deixar de dizer que o partido fez a escolha que seguia a lógica do governador Serra", ressaltou. "No jogo de xadrez, o movimento agora é do governador Serra. Nós não podemos fazer nada, nossa parte foi feita." Aecistas afirmam que a construção de uma chapa envolvendo os dois governadores esbarra principalmente no fato de que eles possuem estilos considerados "incompatíveis para uma caminhada conjunta". Alegam ainda que o mineiro não tem vocação para ocupar um espaço de "submissão" e prefere ser "dono de seu mandato". |
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