Por que Dilma é a favorita
Basta a observação de um fato trazido pelo Datafolha para ver que Dilma Rousseff tornou-se a favorita na sucessão presidencial --uma situação que obviamente pode mudar de acordo com a campanha.
O fato óbvio é o seguinte: ainda tem uma expressiva parcela dos eleitores, especialmente os mais pobres, que garantem que vão votar no candidato de Lula. Mas não sabem que Dilma é sua candidata. É algo que, mais cedo ou mais tarde, vai acabar, até antes do início do horário eleitoral.
Se isso ocorresse agora, a candidata do PT já estaria em primeiro lugar, com certa folga --Dilma, até aqui, perde pontos por causa da baixa escolaridade de seu eleitor em potencial.
Mesmo ainda desconhecida de parte do eleitor cativo de Lula, ela está próxima do empate com José Serra.
Até onde se enxerga, a economia continuará crescendo, o desemprego vai cair e a renda do trabalho evoluir --o que significa que a popularidade de Lula tende a se manter em alta.
Daí que Dilma entra em março como a favorita.
Gilberto Dimenstein, 52, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.
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