Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dilma, a 'briga' ainda nem começou!

Candidata sem rebolado
FERNANDO DE BARROS E SILVA
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA


Como um criador generoso, ou um pai que vai casar a sua filha, Lula se esforçou para emancipar a sua criatura no 4º Congresso Nacional do PT. Fez um discurso de 46 minutos para cumprir, nas suas palavras, "a tarefa extremamente difícil de convencer vocês a votar na companheira Dilma".
A brincadeira tinha um fundo verdadeiro. Apesar do empenho para apresentar Dilma como nome natural do PT e da coalizão do governo, a condição de Lula de fiador do processo ficou evidente: "Eleger a Dilma não é uma coisa secundária para o presidente, é prioritário para mim neste ano".
Frases de Lula como "Dilma não pode ser candidata do vazio porque é a candidata do mais importante partido de esquerda do país", ou, então "só quem não conhece Dilma pode achar que ela faria o papel de tampão", pareciam confirmar, nas entrelinhas, o artificialismo que a sua fala procurava afastar da candidatura.
Se Lula desempenhou o seu papel, Dilma procurou fazer a lição de casa. Não poupou elogios ao mestre. Logo de saída, rendeu homenagens ao "nosso líder, o meu líder, o presidente Lula, o Lula". Atrás dela, um imenso painel com a foto dos dois abraçados trazia enunciado: "Com Dilma, pelo caminho que Lula nos ensinou".
Na sequência, os dois discursos acabaram evidenciando as diferenças de estilo e tamanho dos personagens. Lula falou de improviso. Com a desenvoltura habitual e a audiência na mão, desfiou um roteiro em que enumerava razões para o PT acolher Dilma. Falou da "coragem política", da "capacidade gerencial", da "condição feminina".
Dilma leu o seu discurso no teleprompter. Bebeu água várias vezes, parecia um pouco nervosa, uma debutante. Apesar do esforço para dar naturalidade à sua fala, havia nela algo burocrático e momentos de tédio professoral.
O discurso de Dilma tinha três partes distintas: uma primeira, com acento sentimental, voltada para sua biografia e história política; a segunda, em que elencou os feitos do governo Lula, mas evitando fazer menção à gestão FHC; e a última, enumerando desafios do futuro. No final, chegou a chorar ao homenagear os amigos mortos pela ditadura.
Foi uma festa e Dilma saiu aclamada. Ouvimos músicas exaltando a candidatura em vários ritmos -neossertanejo, marchinha de Carnaval, batuque afro, no estilo olodum, até a "Aquarela do Brasil". A superprodução, porém, não foi suficiente para garantir uma arrancada apoteótica. Fica a sensação de que ainda falta rebolado -"rebolation"- à candidata.

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