O apagão de Lula
EDITORIAL - FOLHA DE SÃO PAULO
Folha de São Paulo - 30/03/10
SÓ AGORA , quase cinco meses depois do apagão que atingiu ao menos 1.800 cidades em 18 Estados do país, surge uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de energia no final de 2009.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica, divulgado na semana passada, a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investimentos, além de erros operacionais conspiraram para produzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia do país desde o traumático racionamento de 2001.
Técnicos da Aneel já haviam constatado, em julho de 2009, problemas nos "sistemas de proteção das instalações de transmissão" de Furnas. Foi em seguida conferido à empresa um prazo de mais de dois meses para que se procedessem aos ajustes e investimentos necessários -de maneira específica, nas subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP), onde o blecaute teve origem. Como nenhuma medida foi tomada, o sistema ficou "sujeito a risco de novos desligamentos".
Em novembro, a crise anunciada aconteceu. Temeroso do possível desgaste eleitoral que a falha poderia acarretar para a candidata petista Dilma Rousseff, a gestora do sistema de energia do país, o governo lançou uma nuvem de fumaça sobre o episódio. O ministro Edison Lobão logo tratou de atribuir a um temporal em Itaberá um curto-circuito nas linhas de transmissão.
Além de proteger Dilma, ao governo não interessava jogar luz sobre um setor da administração estatal entregue à esfera de influência do PMDB, sigla que se tornou uma espécie de modelo de fisiologia na política.
O relatório da agência não deixa dúvida sobre a responsabilidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva no apagão. O que houve, em resumo, foi falta de acompanhamento do sistema e de investimentos por parte do Estado.
Folha de São Paulo - 30/03/10
SÓ AGORA , quase cinco meses depois do apagão que atingiu ao menos 1.800 cidades em 18 Estados do país, surge uma explicação oficial satisfatória para o corte abrupto e generalizado de energia no final de 2009.
Segundo relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica, divulgado na semana passada, a responsabilidade recai sobre a empresa estatal Furnas, cujas linhas de transmissão cruzam os mais de 900 km que separam Itaipu de São Paulo.
Equipamentos obsoletos, falta de manutenção e de investimentos, além de erros operacionais conspiraram para produzir a mais séria falha do sistema de geração e distribuição de energia do país desde o traumático racionamento de 2001.
Técnicos da Aneel já haviam constatado, em julho de 2009, problemas nos "sistemas de proteção das instalações de transmissão" de Furnas. Foi em seguida conferido à empresa um prazo de mais de dois meses para que se procedessem aos ajustes e investimentos necessários -de maneira específica, nas subestações de Ivaiporã (PR) e Itaberá (SP), onde o blecaute teve origem. Como nenhuma medida foi tomada, o sistema ficou "sujeito a risco de novos desligamentos".
Em novembro, a crise anunciada aconteceu. Temeroso do possível desgaste eleitoral que a falha poderia acarretar para a candidata petista Dilma Rousseff, a gestora do sistema de energia do país, o governo lançou uma nuvem de fumaça sobre o episódio. O ministro Edison Lobão logo tratou de atribuir a um temporal em Itaberá um curto-circuito nas linhas de transmissão.
Além de proteger Dilma, ao governo não interessava jogar luz sobre um setor da administração estatal entregue à esfera de influência do PMDB, sigla que se tornou uma espécie de modelo de fisiologia na política.
O relatório da agência não deixa dúvida sobre a responsabilidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva no apagão. O que houve, em resumo, foi falta de acompanhamento do sistema e de investimentos por parte do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.