Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

terça-feira, 23 de março de 2010

Artigo de Roberto Jefferson sobre o PT


PT

As oligarquias aliaram-se ao PT pensando que iriam dominá-lo, mas se
deu o contrário, porque elas não têm projeto
UM DOS traços constantes da vida brasileira é a coexistência de dois
tipos heterogêneos e incomunicáveis de política: a "profissional",
cuja única finalidade é o acesso a cargos públicos para a conquista de
benefícios pessoais ou grupais, e a socialista (ou "capitalismo
burocrático-corporat ivo", como define o sociólogo Fernando Henrique
Cardoso), empenhada na conquista do poder total sobre a sociedade.

A segunda vale-se ocasionalmente dos instrumentos da primeira, mas,
sobretudo, cria os seus próprios: os "movimentos sociais" (o
adestramento de formidáveis massas militantes dispostas a tudo), a
ocupação de espaços na administração federal e em áreas
estrategicamente vitais e, por último, mas não menos importante, a
conquista da hegemonia cultural.

As próximas eleições vão opor, numa disputa desigual, a política
socialista à profissional. Esta emprega os meios usuais de propaganda,
enquanto aquela utiliza todos os meios disponíveis (inclusive os
heterodoxos) .

O político profissional tem a seu favor somente os eleitores, que se
manifestam a cada quatro anos e depois o esquecem, enquanto o
socialista tem a vasta militância, pronta a matar e a morrer por quem
personifica suas aspirações.

O voto, ainda que avassaladoramente majoritário, não afiança ninguém
no poder. O que garante a supremacia é a massa organizada, disposta a
apoiar o eleito todos os dias e por todos os meios. Vejam a situação
da governadora do Rio Grande do Sul: quando a oposição se vangloriou
de ter "varrido o PSDB do Estado gaúcho", não percebeu que tentara
expulsá-lo apenas de um cargo público.

O maior erro que as débeis oposições cometem é não saber enfrentar o
modelo político socialista.

É de acentuar que a quase totalidade do empresariado nacional já foi
cooptada e aceita naturalmente o petismo, que se adonou e faz uso do
histórico caráter patriarcal do Estado brasileiro -sedimentado pela
ditadura militar- em seu benefício.

O estatismo foi reconfigurado. É mais fácil controlar mecanismos
reguladores (em todos os níveis) e instâncias de fomento e
financiamento, que tornam reféns de seus interesses os capitães da
indústria privada.

Na discussão orçamentária, os políticos profissionais preocupam-se
apenas com emendas que podem fortalecê-los em suas bases,
proporcionando- lhes benefícios particulares.

Nenhum deles confronta a tradição doutrinária de controle da máquina
pública e do exercício do poder, delineada desde Maquiavel.

Seguidor de Lênin, Trótski, Stálin e Gramsci, o petismo, por meio de
seu núcleo dominante, abriu mão da luta armada, mas não do objetivo
revolucionário. E valem-se da União, a garantidora de empréstimos a
municípios e Estados. É o clientelismo, dos quais são porta-vozes os
políticos de todos os partidos, que, assim, jogam pelas regras
estabelecidas por aqueles que detêm o poder decisório.

A eventual saída do PT da Presidência, porém, não mudará esse quadro.
Porque os aparatos administrativo- arrecadadores (Receita Federal,
INSS) e fiscalizadores senso estrito (policial e judicial), além da
órbita cultural, foram aparelhados.

O PT detém controle também sobre os sindicatos, o funcionalismo
público, o aparato repressivo (MPF e PF, usados para destruir seus
inimigos, fazendo terrorismo e chantagem política), os estudantes, os
camponeses, a igreja, a intelectualidade artística, universitária e
jurídica.

Se eleito, portanto, José Serra vai comandar uma máquina estatal
dominada por adversários, muitos deles indicados para atuar em
tribunais superiores. Sem esquecer o MST, que mantém acampamentos ao
longo das principais rodovias (e pode, a qualquer momento, paralisar o
país).

No Brasil, hoje, não há mais escândalos. Ficam uma semana nos jornais
e na TV, depois ninguém mais se lembra deles. Não produzem
consequências judiciais, porque o sistema é pesado e dominado por uma
processualística interminável, da qual decorre a impunidade. O caso do
mensalão é emblemático.

O PT deu caráter rotineiro a tudo isso na vida brasileira. As
oligarquias aliaram-se ao partido pensando que iriam dominá-lo, mas se
deu o contrário, porque elas não têm projeto.

O PT, contudo, tem, e o põe em prática planejadamente,
sistematicamente, em todos os níveis. Segue a lógica da revolução,
quer construir o socialismo (quem sabe à maneira de Fidel, que Lula e
sua turma tanto incensam?). Os petistas acreditam nisso.

Não são apenas corruptos, são ideológicos e, por isso, corrompem. E,
no processo de destruição, vale tudo.

Para combater a hidra, é preciso conhecê-la, armar-se e propor um
projeto diferente de país. Não se enfrentam tanques com bodoques, mas
com mísseis. E, se vierem mísseis em represália, joga-se a bomba
atômica.

Quem vai fazer isso?

ROBERTO JEFFERSON , 56, advogado, é presidente nacional do PTB.

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