Dilma diz que falta de experiência eleitoral não a torna um "poste"
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira que o fato de não ter experiência eleitoral pode ser "uma vantagem em um quadro que existe tanto desgaste da atuação política".
Dilma foi a terceira postulante ao Planalto a participar do programa "Roda Viva", da TV Cultura. José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já foram entrevistados.
Ao ser perguntada se era "um poste" que poderia ser eleita na esteira da alta popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma que há confusão "deliberada" entre experiência eleitoral e administrativa.
Roberto Stuckert Filho/Divulgação |
Dilma foi a terceira postulante ao Planalto a participar do programa "Roda Viva", da TV Cultura |
"Compreendo que alguns queiram dizer que eu sou um poste. Agora, acho que isso não me transforma num poste", afirmou.
Dilma disse que tem uma relação "muito forte" com o presidente Lula, e que deseja que ele seja seu conselheiro e "ajude a aprovar reformas importantes".
Doações ocultas
Perguntada sobre as doações ocultas feitas a partidos, que permitem às empresas não serem identificadas com os candidatos para quem o dinheiro se destina, Dilma disse ser a favor de "doações bastante explícitas e transparentes".
Ao falar da segurança pública, Dilma citou as ações do Rio de Janeiro --Estado governado por seu aliado Sérgio Cabral (PMDB)--, em especial da Força Nacional de Segurança Pública e as unidades pacificadoras da polícia como um projeto em curso "que vai funcionar como referencia".
"Não acho que a gente possa negociar com o crime", disse ela.
A petista voltou a defender a reforma tributária, e se comprometeu em desonerar de investimentos, folha de pagamento das empresas e na área da energia elétrica. Ela classificou o atual sistema tributário brasileiro de "caótico".
Dilma Rousseff, afirmou que "só não processou" a Folha no episódio do dossiê contra o seu adversário José Serra (PSDB) porque "respeita a liberdade de imprensa".
O PT levou Serra à Justiça por acusá-la de ser responsável pelo dossiê.
O momento mais tenso da entrevista foi no qual debateu com o editor-executivo daFolha, Sérgio Dávila, sobre o fato de saber ou não que pessoas estavam sendo contratadas para produzir provas contra tucanos.
Perguntada sobre a quebra de sigilo de dados da Receita Federal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, revelada pela Folha, Dilma demonstrou irritação. "Enquanto vocês não demonstrarem a prova, é uma acusação infundada", disse ela.
Dávila, em seguida, "convidou" a petista a ler a reportagem, que explicitava as provas da quebra de sigilo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.