Dificuldade com o palanque duplo
Correio Braziliense - 28/06/2010 |
Ao participar do lançamento da candidatura do petista Jaques Wagner pela reeleição na Bahia, Dilma fica em uma saia justa para não desagradar o PMDB O PT formalizou a candidatura do governador da Bahia, Jaques Wagner, à reeleição com a presença da presidenciável Dilma Rousseff e a ex-ministra teve uma amostra da dificuldade que encontrará para administrar o duplo palanque no estado. Dilma deu duas versões sobre mensagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria mandado a Wagner, depois da repercussão da primeira afirmação, que demonstrava preferência pelo governador, em detrimento do candidato do PMDB ao governo, o deputado federal Geddel Vieira Lima. Na primeira versão, Lula teria dito para Wagner “se eleger”. Depois, Dilma afirmou que o presidente falou para o governador “trabalhar cada vez mais”. A presidenciável se recusou a responder se votaria em Geddel ou Wagner. “Meu partido é do governador Jaques Wagner, o do meu vice é de Geddel, como não voto aqui, não preciso dizer em quem votaria”, driblou Dilma. Wagner tentou tirar a colega da saia justa, respondendo que o PT do estado é que vai pedir votos para a ex-ministra, não o contrário. Há uma semana, a presidenciável do PT participou da convenção do PMDB, partido de seu vice, o deputado federal Michel Temer (SP), que confirmou o ex-ministro da Integração Nacional Geddel como candidato ao governo da Bahia. Para administrar os dois palanques de aliados que se enfrentam pela disputa do Palácio de Ondina, Dilma teve que usar jogo de cintura. Mesmo assim, a petista não deixou de afagar o colega de partido dizendo que ela, Lula e Wagner têm a mesma “alma” de transformação. Dilma também frisou que a vitória de Wagner, na última eleição, desbancou o coronelismo baiano. “Tem um momento muito especial que ocorreu há quatro anos, em que você (Wagner) saiu lá debaixo com a força do povo baiano para derrotar a oligarquia.” Dando continuidade à estratégia de afinar o discurso em busca do eleitorado feminino, Dilma repetiu que é uma mulher “como qualquer outra” e rejeitou o rótulo de durona. “Já fui acusada de ser uma mulher forte mandando em um governo de homens, agora acontece o contrário. Em uma ocasião é forte demais, em outra, frágil demais, mas não sou nem uma coisa nem outra, sou como qualquer outra mulher”. A candidata do PT não quis comentar os problemas internos do PSDB na definição do vice de seu adversário, José Serra (PSDB). “Não é correto me manifestar sobre problemas das outras candidaturas. Cada campanha tem suas características, a minha é uma aliança”. Tentando ser simpática com o povo baiano, Dilma se despediu com um “axê”, arrancando risos dos aproximadamente 3 mil militantes presentes no Centro de Convenções de Salvador. Ao perceber a gafe, a presidenciável se corrigiu e disse “axé”. |
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