28/06/2010
MARINA NÃO VAI MESMO À CNA. “É PRECONCEITO?”, INDAGA KÁTIA ABREU
A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, não vai mesmo à sabatina da CNA (Confederação da Agricultura Pecuária do Brasil). Sem ter acesso prévio às perguntas, não tem acordo. Por enquanto, está confirmada apenas a presença do tucano José Serra. A petista Dilma Rousseff alegou problemas de agenda.
Vejam que coisa curiosa: o setor que tem respondido pela estabilidade da economia brasileira está sendo esnobado pelos candidatos. Conversei há pouco com a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA:
“Estou surpresa! É um absurdo imaginar que a CNA faria alguma ‘pegadinha’. Não estamos brincando aqui. A gente responde por um setor sério demais da economia brasileira para ficar com picuinha. Se a candidata Marina Silva viesse, seria tratada com o respeito que devemos a qualquer pessoa. Ninguém exigiu previamente as perguntas na sabatina da CNI [Confederação Nacional da Indústria]. Os temas que interessam ao setor e ao Brasil estão colocados. Eu sei que a senadora Marina Silva quer desmatamento zero. Nós também queremos. Por que o dela é diferente do nosso? Seria uma boa hora para saber, sem satanizar ninguém, sem preconceitos. A política existe para que, havendo divergência, a gente encontre a convergência. É o que nós queremos. Não acredito que a senadora Marina aposte só no confronto. Ela tem tentado conciliar tanta coisa, o que é um mérito? Só não aceita o diálogo com a gente? Por quê? Se ela presidir o Brasil, será a presidente de todos nós, também dos produtores rurais. Nós queremos fazer a sabatina porque investimos no diálogo”.
Pergunto a Kátia Abreu como entende a resposta de Marina ao convite:
“Não sei direito. Parece-me que é uma manifestação descabida de preconceito. Mas pergunto: ‘Preconceito contra quem e por quê? O que é que temos feito de errado?’ Não acho feio a gente colocar na mesa dos brasileiros a comida mais barata do mundo. Acho que isso é até muito bonito. E temos certamente divergências. Este é um bom momento para fazer o debate. Se a candidata revir a sua posição, encontrará a interlocução civilizada de sempre. Temos a mesma causa.” No momento, a principal diferença é que a gente quer debater, e ela não quer.
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