Serra promete "ProUni do ensino técnico" em convenção do PTB
RAFAEL CAPANEMA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
José Serra (PSDB) prometeu neste sábado (19), se eleito presidente da República, criar o ProTécnico, o "ProUni do ensino técnico". O programa dará bolsas de estudo em escolas técnicas particulares para alunos que não conseguirem vaga na rede pública, nos moldes do programa atual do governo federal em nível universitário.
A promessa foi feita hoje durante a convenção nacional do PTB, partido que formalizou o apoio à candidatura tucana à Presidência na noite de sexta-feira (18).
Para sublinhar o prestígio pelo PTB, Serra diz que sentiu "cócegas" para anunciar o ProTécnico na convenção do PSDB em Salvador, na semana passada, mas que fez questão de fazê-lo no evento petebista.
A entrada da sigla presidida por Roberto Jefferson na coligação PSDB-DEM-PPS dará cerca de sete minutos extras ao programa eleitoral de Serra na televisão e no rádio.
O PTB pretende entrar na briga pelo vice na candidatura tucana, indicando o tesoureiro do partido, Benito Gama, pré-candidato a deputado federal.
Até a noite desta sexta-feira (18), ainda havia dúvidas se Serra iria à convenção do PTB ou à do PV-PSDB-PPS-DEM, no Rio. Um acordo garantiu, porém, a participação dos tucanos no evento que lançou oficialmente Fernando Gabeira ao governo do RJ.
O partido queria inverter posições com o PPS na chapa fluminense, ou seja, lançar um nome ao senado (para "martelar" o número 45 no horário eleitoral) e abrir mão do posto de vice de Gabeira. Após o acordo, os sinais foram mantidos.
ALELUIA
Tratado como "futuro presidente do Brasil" por quase todos os petebistas que discursaram na convenção, Serra chegou uma hora e meia atrasado, causando empurra-empurra. Discursou por cerca de meia hora e evitou a imprensa.
Depois de o tucano subir ao palco, a convenção ganhou ares religiosos por alguns instantes. O deputado estadual Campo Machado (PTB) pediu que todos levantassem e dessem as mãos --"aleluia!", gritou um dos convencionais.
Serra foi recebido com um coro de "um, dois, três, quatro, cinco mil, eu quero José Serra presidente do Brasil" e apresentado por Geraldo Alckmin (PSDB) como "um homem que veio lá de baixo".
Em seu discurso, Serra enfatizou suas raízes populares, do nascimento em uma vila operária à convivência com trabalhadores de baixa renda durante a infância, em sintonia com o programa de TV do PSDB do último dia 15, em que ele fora apresentado como "Zé".
O programa rendeu ao partido a suspensão de suas inserções partídárias nos próximos dias --o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) avaliou que a peça feria as normas eleitorais.
"Embora tenhamos algumas dissidências, o PTB vai inteiro [apoiar Serra]", afirmou Campos Machado na convenção, que encheu o auditório de um hotel em São Paulo e foi animada por cornetas que remetiam às vuvuzelas da Copa do Mundo na África do Sul.
No papel de anfitrião e showman, Roberto Jefferson acusou o PT de "jogo sujo" e "ilegalidade" na pré-campanha eleitoral e chamou de "carrancudos" os líderes partidários Rodrigo Maia (DEM) e Roberto Freire (PPS), aliados de Serra. Recomendou a eles que sejam descontraídos, "sorriam, brinquem".
Jefferson arriscou ainda um passo de "Rebolation", em performance elogiada por Serra.
O tucano contou que Sabrina Sato tem insistido para que ele dance o "Rebolation" diante das câmeras do "Pânico na TV". "Eu disse a ela: 'só vou dançar se você me ensinar. Mas tem que ser aula particular'."
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