Campanha de Dilma na TV vai apostar em spots no horário nobre
O marketing eleitoral de Dilma Rousseff (PT) pretende caprichar nos spots publicitários de 30 segundos para aproveitar a vantagem do espaço no horário eleitoral sobre José Serra (PSDB). A cúpula da campanha e a equipe de publicidade avaliam que as pequenas inserções de vídeo e de áudio podem produzir mais efeitos do que o programa político tradicional, cuja audiência costuma cair após os primeiros minutos.
Os spots são menos invasivos no horário nobre e funcionam como comerciais. Agridem menos os telespectadores na TV aberta, acreditam os publicitários. Coordenador de comunicação da campanha de Dilma, o deputado estadual Rui Falcão (SP) analisa que a linguagem dos spots pode ser ágil e concisa. Mas não antecipa detalhes da estratégia a ser adotada. A petista terá 72 spots a mais que Serra, uma vantagem de 46% do tempo de exposição.
Durante uma coletiva à imprensa, na Fundação Abrinq, em São Paulo, o Terra indagou à candidata como será a presença do presidente Lula no programa. "Aguardem! Surprise! Supresa", brincou Dilma.
Segundo petistas, as aparições de Lula começarão fortes, para associá-lo à continuidade com Dilma. No andar do bonde, a depender dos resultados das pesquisas eleitorais, haverá uma redução. "Os protagonistas do programa vão ser Dilma e o Brasil", resume o secretário petista de comunicação, André Vargas. É a estratégia da "vitamina", como já expressou o publicitário João Santana Filho: a dosagem de Lula precisa ser cautelosamente administrada.
No comando da campanha, não há dúvida quanto aos principais formuladores das estratégias dos programas na TV: o presidente Lula, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e João Santana. O marqueteiro já fez o marketing eleitoral de Palocci em Ribeirão Preto (SP).
Devem ser repetidas algumas das propagandas de Dilma exibidas em eventos eleitorais, a exemplo da convenção nacional do PT e da abertura do comitê em Brasília. Nesses spots, Dilma é comparada a mulheres importantes para a história do Brasil, como Anita Garibaldi, Maria Quitéria, Patrícia Galvão (a escritora modernista Pagu) e Mãe Aninha (fundadora do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, em Salvador), entre outras. O objetivo é conquistar o voto feminino e reduzir a rejeição a uma mulher na presidência da República.
Palocci afirma que a abordagem das relações do PT com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), nos discursos de Serra, não o surpreende. "Não vemos como uma coisa negativa. Numa campanha, há momentos mais conflituosos, outros menos conflituosos. Isso é comum. Precisamos apenas manter a qualidade do debate", diz o ex-ministro.
Dilma terá 10min26s no horário gratuito, contra os 7min07s de Serra e 1min13s de Marina Silva (PV).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.