Em SC, Luiz Henrique reitera apoio a Serra

Ex-governador de Santa Catarina chora ao defender apoio a Serra

Luiz Henrique da Silveira, ex-governador de Santa Catarina, se emocionou ao falar sobre "traição" do PT

O ex-governador de Santa Catarina Luiz Henrique da Silveira (PMDB) chorou ao falar de seu apoio ao candidato do PSDB à presidência, José Serra, e ao criticar o que chamou de "traição" do PT em sua primeira eleição para o cargo, em 2002. O discurso bastante inflamado - e repleto de críticas às lideranças nacionais da legenda - ocorreu na segunda-feira (15) durante encontro de apoio à candidatua do democrata Raimundo Colombo à sucessão estadual.

Silveira fez um longo discurso enaltecendo o papel de Lula e do PT em sua primeira eleição, contra o então governador Esperidião Amin (PP). Segundo o ex-governador, o apoio "mútuo" no segundo turno o auxiliou na vitória. "O PT me apoiou e eu apoiei Lula. Pouco depois, ofereci espaço ao PT no governo mas eles não quiseram se contaminar, como se o PMDB catarinense fosse a pior coisa do mundo", disse.

O ex-governador declarou que manterá seu apoio a José Serra por ser um político "leal aos amigos". Ele se emocionou ao falar que teria sofrido uma "perseguição" por parte dos lideres petistas durante seus dois mandatos. "Fizemos um acordo e demos à presidência da Assembleia a eles. Eles me viraram as costas e sempre me perseguiram. Não posso votar neles", disse.

Silveira também disparou contra os líderes nacionais do PMDB e contra a candidata do PT à presidência, Dilma Rousseff. Segundo ele, os companheiros teriam sido "covardes" ao ameaçar intervenção no diretório catarinense do partido e a ex-ministra não teria "experiência política" para lidar com crises em setores essenciais.

"Não me importa para onde vai o PMDB do Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho. Eu estarei com quem não me virou as costas e com José Serra", disse. "Política é feita com degraus, por isso não acredito que a terceirizada do Lula possa obter êxito, sem enfrentar crises ou situações comuns a quem já administrou uma prefeitura ou um Estado".

Considerado o pivô em toda a crise entre diretório nacional e catarinense do PMDB, o ex-governador Eduardo Pinho Moreira, vice na chapa de Colombo, também adotou um tom áspero ao falar sobre as lideranças do PMDB. "Não voto em Michel Temer nem amarrado. Para cargo nenhum. Podia ser o último candidato do mundo que não teria o meu voto", afirmou. "O que ele fez comigo e o PMDB de Santa Catarina, o seu jogo de ameaças, isso não se faz com companheiros"