Serra tenta pegar carona no êxito de Aécio em Minas
José Serra voltou a Minas nesta segunda (30). Desfilou sua candidatura na cidade de Varginha, ao lado de Aécio Neves e Antonio Anastasia.
Em declínio nas pesquisas, Serra tenta pegar carona na ascensão de Anastasia, candidato tucano ao governo mineiro.
Empurrado pela popularidade de Aécio, Anastasia marcha sobre o rival Hélio Costa (PMDB), que escora sua campanha em Lula.
Dá-se em Minas um fenômeno eleitoral semelhante ao verificado em praças como São Paulo e Paraná.
Nesses três Estados, os candidatos tucanos –Anastasia, Geraldo Alckmin e Beto Richa— sustentam-se nas pesquisas a apesar de Lula.
Anastasia, Alckmin e Richa exibem a musculatura a despeito do derretimento de Serra, ultrapassado por Dilma Rousseff, a pupila de Lula, em todos os Estados.
Nadando contra a maré de pessimismo, Serra se esforçou para manter a guarda levantada em Varginha:
"O crescimento da campanha [de Anastasia] é muito bom para Minas, para o Brasil, para o partido e para mim", disse.
"Para onde forem Aécio e Anastasia, eu irei junto", acrescentou. O diabo é que, tomado pelas pesquisas, o eleitorado parece sinalizar o contrário.
Em timbre mais cauteloso, Aécio ecoou Serra. Também acha que o crescimento de Anastasia pode beneficiar o presidenciável tucano. Porém...
Porém, Aécio soou mais realista. Disse que a briga agora é para levar a eleição nacional para o segundo turno, para “zerar” a disputa.
Fácil não é, reconheceu, mas considera possível: "Essa nunca foi uma eleição fácil para nós, mas está longe de ser uma eleição perdida". Evitou brigar com o óbvio:
"O que estamos assistindo é que, realmente, a presença do presidente Lula em nível nacional, no que diz respeito à candidatura majoritária federal, influenciou muito”.
Como reverter? Para Aécio, é preciso ousar: "Acho que o mais importante é que a sua comunicação [de Serra] para o país inteiro seja um pouco mais ousada”.
Como assim? Precisa apontar “diferenças mais claras em relação às propostas do atual governo".
Serra tem tentado firmar-se como continuador do legado de Lula. Uma bandeira que Dilma segura com mais naturalidade do que ele.
Enquanto Serra se empenha para surfar no crescimento de Anastasia, Hélio Costa age para subverter a maré.
O tucanato mineiro levou à web o vídeo “pula-pula”. A peça capitaliza a mudança de humores do eleitorado mineiro, tentando converter em tsunami o que parece ser uma onda.
Para evitar que o cenário adverso se converta em tempestade tucana, o comitê de Hélio Costa pede socorro a Lula.
Nesta terça (31), o petê Patrus Ananias, ex-ministro do Bolsa Família e candidato a vice na chapa de Hélio, vai a Brasília.
Patrus agendou uma conversa com Lula. O presidente comprometera-se a gravar nova mensagem de apoio à chapa mineira.
O ex-ministro pedirá ao presidente que, nessa gravação, faça menção explícita a Anastasia, desaconselhando o voto nele.
De resto, deseja que Lula vá a Minas pelo menos cinco vezes até o dia da eleição, convertendo a disputa local numa espécie de “mãe de todas as batalhas”.
Aécio dá de ombros. Realça: “Estamos assistindo que ele [Lula] acaba tendo uma capacidade maior de transferência dos votos na questão nacional do que nas questões estaduais onde o governo é bem avaliado”.
Daí, segundo Aécio, a resistência do tucanato em São Paulo, Paraná e Minas.
Escrito por Josias de Souza
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