Propaganda na TV

COMENTÁRIO

A vantagem de Dilma no rádio e na tv

Dilma terá 30% de tempo a mais do que Serra no programa de propaganda eleitoral no rádio e na televisão para convencer os brasileiros de que é a melhor candidata à sucessão de Lula.

O programa irá ao ar entre os próximos dias 17 e 30 de setembro.

A diferença é robusta, mas não será necessariamente decisiva. A maioria dos marqueteiros acha que 5 minutos bastam  para se produzir um programa "redondo".

De resto, os eleitores tendem a dar pouco atenção aos programas. Como eles vão ao ar em horários préfixados, podem ser evitados.

Mais eficientes são as inserções - ou comerciais. Distribuídos ao longo da programação do rádio e da tv, eles pegam as pessoas de surpresa.

Dilma terá, por dia, dois minutos e 33 segundos de comerciais. Serra, um minuto e 45 segundos.

Os comerciais podem ser de 15, 30 ou 60 segundos cada um.

Se forem de 15 segundos, por exemplo, Dilma terá 10 comerciais por dia contra 7 de Serra. Ou ao longo do período de propaganda, 135 comerciais de 15 segundos a mais do que Serra.

Nesse caso, a vantagem poderá fazer diferença.

O tempo de propaganda eleitoral de cada candidato depende do números de partidos que o apóiam. Como Dilma tem mais partidos, seu tempo será maior.

Coitados de Marina Silva e de Plínio de Arruda Sampaio. Cada um conta com o apoio do seu próprio partido - PV e PSOL, o que lhes dará direito a um programa de pouco mais de 1 minuto. E escassos comerciais.

Nos Estados Unidos não existe tempo de propaganda eleitoral gratuito. Os partidos pagam por ele. Quem arrecadar mais dinheiro terá mais tempo.

Na reta final da mais recente campanha presidencial, Obama massacrou seu adversário na base de 3 minutos por um na guerra por tempo de propaganda no rádio e na televisão.

Em 1989, 22 candidatos disputaram a primeira eleição presidencial por voto direto no Brasil depois de 21 anos de ditadura militar.

Um dos candidatos teve pouco mais de um minuto de programa de propaganda eleitoral, falava difícil, usava óculos pesados, exibia uma barba grande e representava um partido desconhecido - o PRONA.

Sempre terminava sua fala berrando: "Meu nome é Enéas".

Ficou em quarto lugar.