Marina cobra ação ambiental de Lula
Pré-candidata do PV contesta presidente e diz que é possível, sim, País adotar metas de desmatamento zero
Andrei Netto ESP 11/10/09 

A 57 dias da abertura da 15ª Conferência do Clima (COP15) da Organização das Nações Unidas (ONU), em Copenhague, a senadora e pré-candidata à Presidência pelo PV, Marina Silva, elevou o tom contra a política ambiental do governo Luiz Inácio Lula da Silva e cobrou que o Brasil assuma metas ambiciosas para a redução das emissões de dióxido de carbono na atmosfera.
Marina, que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, defendeu que o País pode adotar o desmatamento zero - proposta do Greenpeace que foi rechaçada pelo presidente na semana passada.
As reivindicações da senadora foram feitas ontem, em Monte Carlo, no Principado de Mônaco, onde recebeu o Prêmio Príncipe Albert II por sua militância ambientalista. Marina foi uma das convidadas de honra da festa, que também premiou personalidades como o sociobiólogo norte-americano Edward Osborne Wilson. Chamada ao palco, a ex-ministra ouviu elogios do príncipe Albert II, que prestou tributo a "quem trabalha com coragem e inteligência pela defesa do meio ambiente"
Discursando em português por cerca de cinco minutos, a senadora advertiu sobre o estado "decepcionante" das negociações internacionais para um acordo do clima em Copenhague, em dezembro, e pediu mais esforços do governo brasileiro.
"O Brasil tem dado importante contribuição com sua matriz energética renovável, com a produção de biocombustíveis e avanços recentes na luta contra o desmatamento da Amazônia. Mas pode e deve fazer mais", frisou. "Precisa assumir metas globais de redução de suas emissões de dióxido de carbono e contribuir para que os demais países em desenvolvimento façam o mesmo."
Mais cedo, falando ao Estado, Marina disse discordar do presidente Lula, que na segunda-feira, em Estocolmo, na Suécia, afirmou ser impossível o País adotar metas de desmatamento zero.
A incorporação desse objetivo vem sendo defendida pela organização não-governamental Greenpeace. "É possível" disse a senadora. "Não é algo que aconteça da noite para o dia. É uma meta a ser perseguida. Para que tenhamos desmatamento zero é preciso que se otimize todos os meios e incentivos para diminuir o desmatamento até zerá-lo sem causar prejuízos", argumentou.
Marina também disse discordar do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que na presença de Lula definiu o atual objetivo do Plano Nacional de Mudanças Climáticas - de reduzir o desmatamento em 80% até 2020 - como "muito ambicioso".
"Nós temos de ter uma meta de redução que não seja apenas para o desmatamento, mas uma meta global", ressaltou. "As pessoas têm a visão equivocada de achar que o desmatamento é mais barato. Não é mais barato. É preciso ter metas globais, para a indústria, para a energia, para o desmatamento e também para o setor agrícola."
PROJETO
Questionada sobre as declarações de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, que na sexta-feira afirmou que Marina "não representa mais o projeto do governo Lula", a senadora surpreendeu. Depois de ressaltar que seu objetivo não é romper com o ciclo de desenvolvimento econômico "dos últimos 16 anos" nem retroceder nas "conquistas sociais" que definiu como "um dos grandes méritos do governo Lula", a senadora disse concordar com Dilma. "Ninguém vai querer a instabilidade da economia, o enfraquecimento da moeda ou retroceder os níveis de pobreza. Mas temos de ir além do que já foi conquistado", sustentou.
A pré-candidata do PV disse que o projeto que representa "não é de continuidade da visão de desenvolvimento que leva à destruição das bases naturais do nosso desenvolvimento". E completou: "Talvez nesse sentido ela tenha razão".
"Tem algo a ser aprofundado a partir de outra base, o desenvolvimento sustentável. Talvez a alternativa a qual ela se refira seja essa: a de que existe algo que não foi feito e precisa ser feito. Nesse sentido, se não foi feito não é continuidade."
Marina, que foi ministra do Meio Ambiente do governo Lula, defendeu que o País pode adotar o desmatamento zero - proposta do Greenpeace que foi rechaçada pelo presidente na semana passada.
As reivindicações da senadora foram feitas ontem, em Monte Carlo, no Principado de Mônaco, onde recebeu o Prêmio Príncipe Albert II por sua militância ambientalista. Marina foi uma das convidadas de honra da festa, que também premiou personalidades como o sociobiólogo norte-americano Edward Osborne Wilson. Chamada ao palco, a ex-ministra ouviu elogios do príncipe Albert II, que prestou tributo a "quem trabalha com coragem e inteligência pela defesa do meio ambiente"
Discursando em português por cerca de cinco minutos, a senadora advertiu sobre o estado "decepcionante" das negociações internacionais para um acordo do clima em Copenhague, em dezembro, e pediu mais esforços do governo brasileiro.
"O Brasil tem dado importante contribuição com sua matriz energética renovável, com a produção de biocombustíveis e avanços recentes na luta contra o desmatamento da Amazônia. Mas pode e deve fazer mais", frisou. "Precisa assumir metas globais de redução de suas emissões de dióxido de carbono e contribuir para que os demais países em desenvolvimento façam o mesmo."
Mais cedo, falando ao Estado, Marina disse discordar do presidente Lula, que na segunda-feira, em Estocolmo, na Suécia, afirmou ser impossível o País adotar metas de desmatamento zero.
A incorporação desse objetivo vem sendo defendida pela organização não-governamental Greenpeace. "É possível" disse a senadora. "Não é algo que aconteça da noite para o dia. É uma meta a ser perseguida. Para que tenhamos desmatamento zero é preciso que se otimize todos os meios e incentivos para diminuir o desmatamento até zerá-lo sem causar prejuízos", argumentou.
Marina também disse discordar do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que na presença de Lula definiu o atual objetivo do Plano Nacional de Mudanças Climáticas - de reduzir o desmatamento em 80% até 2020 - como "muito ambicioso".
"Nós temos de ter uma meta de redução que não seja apenas para o desmatamento, mas uma meta global", ressaltou. "As pessoas têm a visão equivocada de achar que o desmatamento é mais barato. Não é mais barato. É preciso ter metas globais, para a indústria, para a energia, para o desmatamento e também para o setor agrícola."
PROJETO
Questionada sobre as declarações de Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil e pré-candidata do PT à Presidência, que na sexta-feira afirmou que Marina "não representa mais o projeto do governo Lula", a senadora surpreendeu. Depois de ressaltar que seu objetivo não é romper com o ciclo de desenvolvimento econômico "dos últimos 16 anos" nem retroceder nas "conquistas sociais" que definiu como "um dos grandes méritos do governo Lula", a senadora disse concordar com Dilma. "Ninguém vai querer a instabilidade da economia, o enfraquecimento da moeda ou retroceder os níveis de pobreza. Mas temos de ir além do que já foi conquistado", sustentou.
A pré-candidata do PV disse que o projeto que representa "não é de continuidade da visão de desenvolvimento que leva à destruição das bases naturais do nosso desenvolvimento". E completou: "Talvez nesse sentido ela tenha razão".
"Tem algo a ser aprofundado a partir de outra base, o desenvolvimento sustentável. Talvez a alternativa a qual ela se refira seja essa: a de que existe algo que não foi feito e precisa ser feito. Nesse sentido, se não foi feito não é continuidade."
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