| |||||||
Pelotão dividido Pesquisa de ISTO É mostra que em 11 Estados PMDB não apoia candidatura de Dilma Rousseff, apesar de acordo com PT Alan Rodrigues e Sérgio Pardellas Na terça-feira 20, mais uma vez, uma parte dele subiu à rampa do poder para oferecer seus serviços ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao PT na eleição presidencial. Em jantar no Palácio da Alvorada, com filé e costela de tambaqui, os dois partidos fecharam um tratado de intenções. O problema é que na guerra interna do PMDB esse documento ainda tem pouco significado, ou melhor, carece de garantia de que o batalhão possa somar alguma coisa para a candidatura da ministra Dilma Rousseff. Enquanto a batalha final não for travada - e isso só ocorre em junho de 2010 na convenção nacional do partido -, qualquer candidato que disputa o apoio do PMDB ainda terá incertezas se poderá contar com a arma mais poderosa desse exército: o tempo de televisão no horário eleitoral gratuito. Por ora, resta o velho embate orgânico. De um lado, o deputado Michel Temer (SP), que monta estratégia para ser o vice de Dilma, propagando o feito etéreo de que o partido irá "agora participar de todo o processo da candidatura, desde o nascedouro". De outro, o ex-governador Orestes Quércia - que pretende colocar a tropa a serviço da candidatura do governador tucano José Serra - bombardeando o tratado com o PT: "Foi uma violência, o Michel vendeu uma mercadoria que ele não tem como entregar", disse Quércia.
Por isso, o objetivo do acordo, por enquanto, não é a vitória final, mas aplacar a luta nos Estados. "O acordo nacional vai impor mais respeito e melhor compreensão das bases", afirmou o líder na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), ligado a Temer. No Pará, o PMDB até aceita apoiar a reeleição da governadora petista Ana Júlia. Mas desde que o PT aceite entregar para o partido a Secretaria de Saúde do Estado, um cargo no Tribunal de Contas do Estado, além de apoiar o deputado Jader Barbalho para o Senado. A sede dos peemedebistas paraenses não para por aí. Eles também querem que Hélder, o filho de Barbalho, que não tem idade para se candidatar a governador, ocupe a vaga de vice da petista. No Acre, São Paulo e Rio Grande do Sul a situação é péssima para Dilma. "Não tem como marchar com o PT, nem aliança nem nada. Aqui no Acre, eles são nossos inimigos", disse o deputado Flaviano Melo. A situação não é diferente em Santa Catarina. "Aqui o partido apoia o Serra", disse o ex-governador Eduardo Pinho Moreira. "Michel vendeu uma mercadoria que ele não tem como entregar" Orestes Quércia, ex-governador
O receio dos pemedebistas aliados ao governo é de que, ao protelar o ataque sobre os adversários regionais, pudessem perder qualquer chance de obter vantagens eleitorais da popularidade do presidente Lula, principalmente no Nordeste. Até a convenção, os dois lados empenhamse em avaliar que tropa de um e de outro campo tem mais peso. O primeiro embate para ver quem está certo está marcado para o dia 21 de novembro, em Curitiba, quando será realizado um encontro nacional do partido, que só ocorreria em 2010 e precisou ser antecipado. Os governistas propagam força e Quércia diz que o apoio a Dilma está concentrado em Estados com menor potência eleitoral. No dia seguinte ao acordo, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", Lula justificou o empenho em atrair um exército tão heterogêneo a um custo que ainda é cedo para avaliar, mas já se sabe que não deve ser baixo. "Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria que chamar Judas para fazer coalizão", comparou o presidente. Até a Igreja Católica reagiu. Mas o PMDB não. É bom lembrar que a biografia do partido registra a melancólica candidatura presidencial de Ulysses Guimarães, que, mesmo com todo este exército, foi abandonado pela tropa e amargou uma derrota vergonhosa em 1989. Ou seja, Lula fechou o acordo, mas sabe que o PMDB pode trair a qualquer momento, basta sentir cheiro de vitória em outra candidatura, pois, desde a redemocratização, nunca lutou contra o poder. Mesmo dividido. Fotos: Alan Marques/Folha Imagem; Marcello Casal Jr/ABr |
domingo, 25 de outubro de 2009
PMDB não apóia Dilma em 11 estados
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.