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Todos em cima de Serra Por que o governador paulista insiste em anunciar candidatura em março, apesar da pressão de PSDB, DEM e PMDB Mário Simas Filho
O problema é que, terminada a refeição, ficou claro que a única convergência possível no momento não é a que FHC e o governador paulista José Serra planejavam. Na mesa estavam um PSDB dividido entre as pré-candidaturas presidenciais de Serra e do governador mineiro Aécio Neves e um DEM também rachado entre os dois presidenciáveis. E, embora não presente fisicamente, havia ainda na conversa a presença de um PMDB que não pretende em 2010 compartilhar os palanques com a ministra Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula à sucessão. Terminado o jantar, tucanos e democratas continuaram divididos entre os dois candidatos, mas todos apresentavam um único discurso: o de que Serra precisa definir rapidamente se irá ou não para a disputa presidencial. "O governo já colocou a campanha nas ruas e nós não podemos ficar perdendo tempo. Somos aliados do PSDB, mas a definição precisa acontecer logo, inclusive para acelerarmos as alianças nos Estados", disse o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ). "Não é só o DEM que quer saber logo quem será o candidato do PSDB. O próprio PSDB, o PPS e o PMDB oposicionista também pressionam", afirmou o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB. "Não temos que submeter nosso calendário às ações da candidatura do governo" José Serra, governador de São Paulo
"Se a decisão do partido não for tomada até janeiro, serei candidato a senador", disse Aécio aumentando ainda mais a pressão sobre o governador paulista. Na semana anterior, Serra já havia recebido telefonemas dos peemedebistas Orestes Quércia e Jarbas Vasconcelos também cobrando uma rápida definição. Apesar de todos estarem exigindo um posicionamento de Serra, o tucano não deu nenhum sinal de que pretenda alterar seu calendário político. Em Brasília, na terça-feira 20, depois de participar da posse de José Múcio como ministro do Tribunal de Contas da União, Serra reuniu-se reservadamente com Guerra e com o senador José Agripino, líder do DEM. A portas fechadas, informou aquilo que já respondera a Quércia pelo telefone: "Não temos que submeter nosso calendário às ações da candidatura do governo", disse Serra. Segundo o governador paulista, o fato de manter sua candidatura na sombra não o impede de participar de articulações políticas nos Estados voltadas para 2010. No entender dos democratas, porém, a leitura é outra. "Com a cabeça de chapa definida é muito mais fácil fechar as alianças", diz Maia. O projeto de Serra é só anunciar sua decisão em março. Até lá, acompanhará as pesquisas. Caso a candidata Dilma Rousseff chegue perto dos 30%, Serra será novamente candidato a governador de São Paulo. Ele teme perder a disputa presidencial, ver Aécio se tornar presidente do Senado e transmitir o gabinete no Palácio dos Bandeirantes para o tucano Geraldo Alckmin, com o qual mantém uma relação conflituosa. "Isso seria perder o mandato e também o controle do partido", disse o governador a um de seus secretários. Com o apoio do DEM, Aécio vai insistir na pressão sobre Serra. Ele trabalha com a possibilidade de o paulista abrir mão da disputa nacional, caso não tenha certeza da vitória. Portanto, para Aécio, quanto mais cedo for a decisão do partido, melhor. Ele teme que março seja tarde demais para formatar sua própria campanha. "Não posso correr o risco de esperar o Serra até março e depois não conseguir me viabilizar", afirmou o mineiro a um líder tucano no Congresso. "É notório que o Aécio agrega mais que o Serra. Se ele for o candidato, tem condições de atrair partidos que hoje estão no campo governista, mas para isso não podemos perder tempo", avalia o deputado Maia. Aécio tem a convicção de que, além do DEM e do PPS, possa marchar com PP, PDT e até PSB. |
domingo, 25 de outubro de 2009
Serra precisa colocar os interesses do país acima das suas conveniências pessoais
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