20h02 - 17/12/2009
Serra: “Não somos semeadores da discórdia e do ressentimento”

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acaba de divulgar uma nota sobre a desistência de Aécio Neves de concorrer à Presidência da República. O tom é uma espécie de mão estendida na direção de Aécio, quase convidando o mineiro para a vaga de vice-presidente --numa chapa encabeçada por Serra.
O paulista diz fazer dele as palavras de Aécio sobre defender “um projeto nacional mais amplo, generoso e democrático o suficiente para abrigar diferentes correntes do pensamento nacional”. A nota é uma sucessão de elogios. Aliás, começa dizendo que Aécio "tem todas as condições para ser o candidato (...) a presidente, por seu preparo, sua experiência política, sua visão de Brasil e seu desempenho como governador eleito e reeleito de Minas Gerais".
Serra usa uma expressão retórica para minimizar as interpretações de que haveria uma cizânia no PSDB, entre ele e Aécio: “Não somos semeadores da discórdia e do ressentimento. Nem estimuladores de disputas de brasileiros contra brasileiros, de classes contra classes, de moradores de uma região contra moradores de outra região. Trabalhamos, ambos, sempre, pela soma, não pela divisão. Somos brasileiros que apostam na construção e não no conflito”.
Tudo registrado, Serra já está em campanha para ter Aécio ao seu lado como candidato a vice-presidente em 2010. Se vai dar certo, é outra história. Nos bastidores do PSDB, a leitura mais comum do cenário sucessório é que Aécio só aceitará a vaga de vice na eventualidade de a vitória estar quase assegurada (por exemplo, com Dilma Rousseff, PT, empacada perto de 20% e Serra nas alturas acima dos 35%). Em uma disputa apertada, o mineiro refugaria. Há mais de um ano ele vem dizendo: “Não posso ser vice numa chapa que vai perder”. Faz sentido.
Eis a íntegra da nota de Serra:
“O governador Aécio Neves tem todas as condições para ser o candidato do nosso partido a presidente, por seu preparo, sua experiência política, sua visão de Brasil e seu desempenho como governador eleito e reeleito de Minas Gerais. É um homem que soma e que, ao mesmo tempo, sabe conduzir com firmeza as políticas públicas. Não é por menos que seu governo é tão bem avaliado e que a imensa maioria dos mineiros o considera credenciado para ocupar a função mais alta da República”.
“Não me surpreendem a grandeza e desprendimento que ele demonstra neste momento. Os termos em que ele se manifestou confirmam a afinidade de valores e as preocupações que inspiram nossa caminhada política. Faço minhas suas palavras:
“ ‘Defendemos um projeto nacional mais amplo, generoso e democrático o suficiente para abrigar diferentes correntes do pensamento nacional. E, assim, oferecer ao país uma proposta reformadora e transformadora da realidade que, inclusive, supere e ultrapasse o antagonismo entre o 'nós e eles', que tanto atraso tem legado ao País’.”
“Não somos semeadores da discórdia e do ressentimento. Nem estimuladores de disputas de brasileiros contra brasileiros, de classes contra classes, de moradores de uma região contra moradores de outra região. Trabalhamos, ambos, sempre, pela soma, não pela divisão. Somos brasileiros que apostam na construção e não no conflito”.
“Quero reafirmar o sentimento expresso pelo presidente do PSDB, senador Sergio Guerra, no sentido da união e da convergência que nos move, de valores e ideais”.
“Temos o sonho de um País melhor, unido e progressista, com oportunidades iguais para todos. E é nesse sentido que vamos continuar trabalhando. Juntos”.
José Serra

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