26/12/2009
O ‘Minha Casa, Minha Vida’ só atingiu 22,9% da meta
Roosewelt Pinheiro/ABr
Lançado com pompa em 25 de março, o programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ chega ao final de 2009 em má circunstância.
Lula prometera entregar, até o final de 2010, 1 milhão de casas a brasileiros de vencimentos miúdos (até 10 salários mínimos).
O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) antecipara: “Nossa previsão é encerrar o ano de 2009 em 400 mil unidades...”
“...Ou seja, 40% da meta de 1 milhão de moradias estará contratada até o final de dezembro”.
Levantamento feito pela Caixa Econômica Federal, que atua como agente financeiro do programa, revela que micou a previsão de Bernardo.
Até 21 de dezembro, haviam sido contratadas, em todo o país, apenas 229,9 mil moradias –entre casas e apartamentos populares.
Significa dizer que, por ora, atingiu-se apenas 22,9% da ambiciosa meta de erigir 1 milhão de casas sob Lula.
Dito de outro modo: para que o Lula de março possa ser tomado ao pé da letra em dezembro de 2010, resta um ano para cumprir 77,1% da meta oficial.
Seria preciso contratar mais 770 mil casas. Algo que, mantido o ritmo de 2009, não parece factível.
A julgar pelos dados colecionados pela Caixa Econômica, o programa patinou por sete meses. Até outubro, apenas 89 mil casas haviam sido contratadas.
Só a partir de novembro a coisa parece ter engrenado. Chegou a dezembro, porém, em ritmo ainda mais lento do que o previsto.
Juntos, os contratos celebrados até aqui somam somam R$ 11,6 bilhões. Num levantamento por faixa de renda, as 229,9 moradias estão distribuídas assim:
1. 139,9 mil (60,3%) estão sendo financiadas para famílias com renda de até três salários mínimos.
2. 66,2 mil (28,7%) constam de financiamentos a famílias com renda entre três e seis salários mínimos.
3. As 23,8 mil moradias restantes (10,3%) foram financiadas a famílias com renda entre seis e dez salários mínimos.
Depois do PAC, o 'Minha Casa, Minha Vida' é a principal peça de propaganda da campanha de Dilma Rousseff, a presidenciável de Lula.
Gestora do programa, a ministra deixa a Casa Civil no final de março. Dispõe, portanto, de mais três meses para levar o pé ao acelerador.
O calendário parece conspirar contra o marketing.
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