Lula e Dilma vivem a sua fase de ‘terroristas sociais’
Corria o ano de 2002. Acossada pelo tônico que as pesquisas serviam a Lula, seus rivais inudaram a praça de boatos.
Eleito, Lula mandaria ao lixo a Lei de Responsabilidade Fiscal, sapateraria sobre os contratos e atearia fogo à estabilidade da moeda.
No calor da refrega, a Goldman Sachs, casa bancária dos EUA, criou o ‘Lulômetro’.
Engenhosa equação. Destinava-se a medir a influência do ‘risco-Lula’ sobre a cotação do dólar. Estimava-se que poderia bater em R$ 4.
Para desfazer a macumba, Lula saiu-se com a célebre carta ao povo brasileiro. No texto, informou seria para o mercado uma vovozinha, não o lobo mau.
Pois bem. Eleito, Lula revelou-se um cultor da responsabilidade fiscal. Para espancar as dúvidas, confiou a uma raposa tucana (Meirelles) o galinheiro do BC.
No curso do mandato, a turma papeleira da Goldman Sachs levou os EUA à breca, arrastando o mundo para o buraco.
Hoje, o pessoal de Meirelles sua a camisa para tentar içar o dólar, em fase de derretimento, para patamar acima os R$ 2.
Vítima do terror mercadológico de 2002, Lula ensaia para a peça de 2010 um papel de terrorista social.
Há coisa de dois meses, na pele de neo-Getúlio, Lula encomendara a um grupo de ministros a redação da CLS (Consolidação das Leis sociais).
Uma maneira de evitar que, no pós-Lula, presidentes aventureiros se animem a anular benefícios que ajudam a encher a geladeira das famílias pobres.
Nesta quarta (23), discursando para catadores de papel, em são Paulo, Lula jogou no ar o tucanômetro.
Insinuou que, elegendo um oposicionista, o país Brasil passaria a flertar com o risco de estagnação dos avanços sociais.
Pediu pressa na conversão de prédios públicos abandonados em moradias para os sem-teto.
"A gente tem que se dedicar, porque não sabemos o que pode acontecer no país", disse, em timbre enigmático.
Lembrou que, no Natal de 2010, ao encontrar-se de novo com os catadores, já será “rei posto”. Sem mencionar-lhe o nome, sugeriu que só Dilma Rousseff pode salvar:
"Quando eu vier aqui, em dezembro do ano que vem, já tem outra pessoa eleita, já sou rei posto, e rei posto não pode mais fazer promessa...”
“...[...] De qualquer forma, se for quem penso que vai ser, podemos trazer junto aqui, para fazer promessas".
Na véspera, a própria Dilma levara o apocalipse social aos lábios. Dissera que sua derrota representaria um retrocesso para o país. Coisa feia.
Ao amarrar uma bomba social na cintura do tucanato, Lula e Dilma informam à platéia: vão a 2010 dispostos a tudo –da grosseria à desonestidade intelectual.
Mais um pouco e tentarão convencer Regina Duarte a levar a cara à TV para dizer que tem muito medo do José Serra.
Escrito por Josias de Souza às 18h59
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