Em meio a guerra de relatórios, Yeda sai ilesa de CPI
Terminou em pantomima a CPI da Corrupção da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.
A comissão terminou como começara, em guerra. De um lado, os oposicionistas, liderados pelo PT.
Do outro lado, a bancada que dá suporte a Yeda Crusius. À frente o PSDB, partido da governadora.
A batalha final foi travada em torno de dois relatórios. Um do relator oficial da CPI, o deputado tucano Coffy Rodrigues.
Outro, paralelo, subscrito pela presidente da CPI, a petista Stela Farias. Partindo dos mesmos fatos, os textos chegaram a conclusões díspares.
Na peça tucana, livrou-se a cara de todo mundo. Inclusive a face de Yeda. Nenhum indício de irregularidade, eis a conclusão.
No relatório alternativo do petismo, sugeriu-se o indiamento de 32. Inclusive Yeda. Houve improbidade administrativa e fraude, concluiu-se.
O grupo pró-Yeda, majoritário, prevaleceu. Oito votos contra quatro. À oposição restou a alternativa de entregar o texto paralelo ao Ministério Público Estadual.
Uma providência tão inútil quanto a própria realização da CPI. Ninguém mais informado acerca das tramóias do que os promotores gaúchos.
É no Ministério Público, auxiliado pela Polícia Federal, que as investigações se processam. Envolvem desvios de R$ 43 milhões no Dentran-RS.
Já há denúncias protocoladas na Justiça. A CPI, aliás, serviu-se de material requisitado à promotoria.
No Rio Grande do Sul, como em Brasília, as CPIs converteram-se em circos. Porporcionam espetáculos deprimentes.
A platéia, forçada a financiar a bilheteria que custeia as pseudoinvestigações, não acha a menor graça.
Escrito por Josias de Souza às 05h51
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