Governismo no Nordeste
QUALQUER PROGNÓSTICO que se faça a respeito das eleições do ano que vem deve ressalvar que ainda falta muito para que o eleitor defina seu voto. Não obstante, é possível extrair elementos preliminares de análise sobre a sucessão nos Estados da mais recente rodada de pesquisas do Datafolha em dez unidades da federação.
Chama a atenção que os atuais governantes despontem como favoritos nos três Estados pesquisados do Nordeste. Na Bahia, o petista Jaques Wagner está à frente, oscilando entre 39% e 43%, a depender do cenário. Quem mais o incomoda é o ex-governador democrata Paulo Souto, que chega a atingir 25%.
A situação de Cid Gomes, no Ceará, e de Eduardo Campos, em Pernambuco, ambos governadores do PSB, é ainda mais folgada. Os dois hoje venceriam em primeiro turno. Gomes atinge 49% num dos cenários, enquanto o tucano Tasso Jereissati, seu principal adversário, não passa de 25%. Campos atinge teto ainda mais expressivo -68%- e não tem rivais no horizonte. É um quadro que tende a favorecer a candidatura presidencial de Dilma Rousseff (PT) na região.
É outra a situação nos dois principais Estados do Sul, região onde a vantagem da candidatura presidencial do governador José Serra é hoje mais expressiva.
No Paraná, as preferências se dividem entre o prefeito tucano Beto Richa (40%) e Osmar Dias (38%), do PDT. Embora pertença a partido da base política de Lula, a base social do senador está mais próxima do campo tucano. O perfil anfíbio de sua candidatura torna o quadro complexo.
No Rio Grande do Sul, onde a governadora tucana Yeda Crusius sofre grande desgaste, a disputa tende a se polarizar entre José Fogaça (PMDB) e o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT). Enquanto há no Nordeste um favoritismo das forças que apoiam Lula, nos Estados do Sul a disputa se revela mais acirrada entre os governistas e a oposição.
Editorial FSP
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