Le Monde concede a Lula título de ‘Homem de 2009’
Se há algo que irrita Lula é o azedume da imprensa brasileira.
Acha que a leitura matinal dos jornais açula os instintos suicidas. Prefere não lê-los.
Frequentemente, Lula compara os jornais brasileiros com os estrangeiros.
Lamenta que o êxito do Brasil só seja reconhecido fora do Brasil.
Nesta quinta, Lula ganhou lenha nova para sua fogueira.
Trata-se da primeira edição do prêmio. Por que Lula? O Le Monde explicou:
"Por sua trajetória singular de antigo sindicalista, por seu sucesso à frente de um país tão complexo como o Brasil...”
“...Por sua preocupação com o desenvolvimento econômico, com a luta contra as desigualdades e com a defesa do meio-ambiente”.
Por tudo isso, anota o texto do prestigioso jornal, “Lula bem poderia ter merecido… o mundo".
Segundo o jornal, o Brasil conseguiu combinar, sob Lula, democraica e dinamismo. Combate à pobreza e promoção do crescimento econômico.
O jornal realça: Lula rebarbou a tentação do terceiro mandato. Algo que o distingue da vizinhança: a Venezuela de Chávez, a Colombia de Uribe e a Bolívia de Evo.
Em artigo assinado por Jean Pierre Langellier, seu correspondente no Rio, o Le Monde exlata também a pluralidade internacional de Lula:
"Diplomacia, comércio, energia, clima, imigração, espaço, droga: tudo o interessa e lhe diz respeito", anota o texto.
Há 13 dias, Lula fora incluído pelo espanhol El Pais numa lista das cem personalidades mais importantes do mundo ibero-americano em 2009.
O presidente brasileiro merecera artigo elogioso do primeiro-ministro da Espanha, José Luis Zapatero.
Classificara-o de "homem que assombra o mundo", "completo" e "tenaz". Anotara que sente por Lula "uma profunda admiração".
Antes, a revista britânica "The Economist", espécie de bíblia do mercado, dedicara uma edição ao Brasil. Na capa, um Cristo Redentor em forma de foguete.
Aqui e acolá, mencionam-se os problemas que conspiram contra o empreendimento brasileiro. O Le Monde também se ocupou da “parte obscura” do Brasil.
Continua sendo "um dos países mais desiguais do mundo”, anotou o diário francês. “Dividido entre um sul rico e dinâmico e um norte arcaico".
Citou a educação "medíocre", a saúde "deficiente", a burocracia "pesada", a polícia "ineficaz" e a justiça "preguiçosa".
Nada capaz de empanar, porém, o brilho atribuído a Lula. Nesse ritmo, além de não ler, o presidente logo proibirá a assessoria de levar-lhe resumos orais do noticiário.
O Brasil dos jornais brasileiros é, ainda, um elefante geográfico. O muito que se fez é pouco diante da enormidade que há por fazer.
O Brasil da imprensa internacional também é um elefante. Porém, avalia-se que encontrou em Lula um rajá capaz de montá-lo.
Escrito por Josias de Souza às 17h07
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