Enviado por Ricardo Noblat -
15.12.2009
|2h05m
DEU EM O GLOBO
Machismo na política
De Merval Pereira:

A pesquisa do Latinobarômetro, uma ONG sediada no Chile que faz consultas regularmente, desde 1995, sobre valores e opiniões na América Latina, tem uma parte dedicada à análise da discriminação da mulher que pode ser muito útil para entender a relação do eleitorado com as mulheres, numa região em que Argentina e Chile elegeram mulheres para a Presidência da República e, no Brasil, surge como potencial favorita a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, candidata do PT à sucessão de Lula, e onde poderemos ainda ter a senadora Marina Silva candidata pelo PV.
O resultado da pesquisa mostra a sociedade latino-americana ainda fortemente agarrada a preconceitos contra as mulheres. O Brasil não chega a ter o mesmo nível de preconceito de um país da América Central, os mais discriminatórios contra as mulheres, mas também não é nenhum Uruguai, considerado o país mais democrático da região. O Brasil está na média regional, não estando em nenhum dos casos pesquisados entre aqueles países com menor índice de preconceito.
Na região como um todo, nada menos que 1/3 dos pesquisados acham, por exemplo, que os homens são melhores do que as mulheres na política, e o Brasil está justamente na média regional.
Segundo o instituto, a discriminação de gênero é um dos indicadores mais potentes para prever o grau de tolerância e de democracia que existe nos países.
Três temas fundamentais para medir a discriminação que as mulheres sofrem nas sociedades latino-americanas foram abordados: o trabalho, o dinheiro e a política.
Repetindo as mesmas perguntas feitas anos atrás, a pesquisa constatou que não há evolução com relação ao trabalho e à política, mas em relação ao dinheiro se observa mudança para melhor no espaço de cinco anos.
Sobre o papel da mulher, a afirmação feita foi: "É melhor que a mulher se concentre no lar, e o homem, no trabalho". Ou, em bom português, "lugar de mulher é em casa".
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