Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

domingo, 20 de dezembro de 2009

Análise da pesquisa Datafolha

JANIO DE FREITAS


Entre risos e dúvidas



Em quatro meses, os 37 pontos de Serra da última sondagem não se alteraram, o que não é mau e não é bom; ou é ambos



DILMA ROUSSEFF e Lula podem regozijar-se, mas José Serra não precisa deprimir-se, apenas repensar suas dúvidas e preocupações, diante da pesquisa Datafolha que é a primeira a trazer novidade real nestes primórdios da disputa pela Presidência.
O caos e as tragédias das enchentes paulistas podem ter impedido algum crescimento eventual de Serra, mas não atingiram seu patamar de apoio, da sondagem anterior para a atual.
No outro extremo, Serra não extraiu nem um pontinho positivo dos programas de TV e rádio em que dividiu o estrelato com Aécio Neves. Nos quatro meses decorridos desde meado de agosto, os 37 pontos de Serra não se alteraram, o que não é mau e não é bom. Ou é ambos.
A relação anterior de pré-candidatos sofreu uma baixa, com a saída de Heloísa Helena e seus 12 pontos. Daí veio, por certo, uma parte dos pontos agora exibidos por Dilma Rousseff. Mas o salto dos 16 que tinha àquela altura para os 23 de agora (ou 26, na relação sem Ciro Gomes) é, de outra parte, um esboço de resposta para a indagação sobre transferência de votos por Lula. Além de apenas posar ao lado do presidente, Dilma nada fez, por si mesma, que lhe desse apoios próprios. O programa de TV e rádio do PT não pode ter contribuído para o seu salto, tão artificial e até desagradável foi sua apresentação.
A notar, ainda, que Dilma não só se aproximou de Serra, reduzindo a sua inferioridade de 21 para 14 pontos, como também se distanciou de Ciro Gomes, levando sua vantagem de 1 para 10 pontos.
Na aceleração de Dilma está o principal indicador a respeito de Serra. É um questionamento à sua estratégia (com leve atenuação nas últimas semanas) de postar-se mais como esfinge do que pré-candidato. A vantagem de, com isso, pressionar (e afastar) Aécio Neves, tem a contrapartida negativa na falta de negociações políticas mais confiáveis pelos interlocutores.
Com o novo patamar de Dilma, Serra tanto fica sob maior pressão para refletir sobre a conveniência de deixar o governo de São Paulo, e a provável reeleição, como acrescenta expectativa ao seu eleitorado potencial sobre a definição protelada.

Os dois vices são assuntos em aberto. O de Dilma não é assunto dela nem do PT, é de Lula. Que dispõe de muitos instrumentos de governo, e nenhuma cerimônia em usá-los, para buscar o que queira. Na fila do PMDB, Michel Temer à frente. Nos segredos da presidência de Lula, Henrique Meirelles não foi posto no PMDB à toa, nem "desistiu" de disputar o governo de Goiás só porque "Lula pediu". Há muito recheio nos segredos em torno de Meirelles.
Para Aécio Neves, a vice de Serra, como quer a cúpula do PSDB, não faz muito sentido. É uma posição secundária que nada lhe acrescenta. Se vitoriosa a chapa, o provável é que Aécio fique oito anos na lateral. Se derrotada, fica quatro anos fora de campo, sem cargo eletivo, e na melhor hipótese encararia Lula em 2014. Nada estimulante, mas arranjos são arranjos. Embora para Serra, que tinha tudo encaminhado com o Democratas, seja um desarranjo desde a queda do provável vice, José Roberto Arruda, na lixeira.
Um problema político, ao menos, está resolvido para José Serra. Quando saiu aqui a nota, na quinta-feira, sobre a divisão da bancada peessedebista na Câmara, que elegeria seu novo líder, já os serristas e os nem tanto haviam feito um acordo noturno. O regionalismo paulista impôs-se, e Duarte Nogueira saiu ou foi saído em favor do baiano serrista João Almeida. Mas permanece uma dificuldade política com reflexos eleitorais: caso deixe o governo paulista, a solução do confronto entre Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin, para sucedê-lo.

Quando se consideram os dois outros mais apoiados, Ciro Gomes e Marina Silva, surge uma pequena assombração para Dilma. Se José Serra não figura na lista de pré-candidatos, Dilma sobe de 23 para 26 pontos, mas Ciro pula de 13 para 21. A diferença fica muito pequena. Não adianta, porém, ir adiante a respeito, porque é evidente a existência de uma ideia comum entre Lula e Ciro, e não se sabe qual é.
A pesquisa comprova, no entanto, que agora o jogo começou mesmo.

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