Razões do Blog


Este blog foi criado para apoiar a candidatura de José Serra à presidência do Brasil, por entendermos ser o candidato mais preparado, em todos os aspectos pessoais, políticos e administrativos. Infelizmente o governo assistencialista de Lula e a sua grande popularidade elegeram Dilma Rousseff.
Como discordamos totalmente da ideologia e dos métodos do PT, calcados em estatismo, corporativismo, aparelhamento, autoritarismo, corrupção, etc., o blog passou a ser um veículo de oposição ao governo petista. Sugestões e comentários poderão ser enviados para o email pblcefor@yahoo.com.br .

domingo, 7 de março de 2010

Serra precisa reverter o quadro

JANIO DE FREITAS 

Serra contra Serra



A permanência no governo em nada favoreceu, até agora, a ainda quase admitida candidatura à Presidência


A PRIMEIRA resposta à expectativa criada pela tática de José Serra, de manter-se por tanto tempo como uma incógnita, não lhe é favorável. O desenrolar das circunstâncias políticas criou-lhe mais embaraços do que as vantagens esperadas por sua permanência, com aparências apáticas, no governo paulista. Nem as ocorrências em seu território de responsabilidades governamentais o pouparam, criando-lhe mais situações de desgaste do que colhendo reflexos eleitorais de seus pequenos eventos administrativos e políticos.
O principal efeito positivo da permanência de Serra no poder falhou de todo: sua exposição, favorecida pela condição de governador, ficou muito aquém do conveniente ao candidato. E, no entanto, era arma de grande importância, talvez fosse mesmo decisiva, para mantê-lo na altitude que as pesquisas lhe davam, enquanto Lula e Dilma Rousseff sairiam pelos caminhos pedregosos à cata de grãos percentuais. Mas não foi a exposição, em si, que falhou, nem, muito menos, jornais e TV que não corresponderam a estímulos. A falha foi do próprio Serra, carente da criação de atrações para câmeras e notícias.
Nisso até chegou ao cúmulo. Nas várias semanas de calamidade fluvial dentro de São Paulo, oportunidade extraordinária -sem se considerar o dever- para juntar-se ao prefeito e demonstrar a capacidade de iniciativa ágil e eficaz esperada de um governante e de um candidato, Serra sumiu. Do ponto de vista da população, não só a paulista, não foi governante nem candidato. E não é preciso falar-se das péssimas notícias que têm vindo da sensível área de educação, de crianças sentadas no chão por falta de cadeiras e mesas à greve de professores.
A permanência no governo em nada favoreceu, até agora, a ainda quase admitida candidatura de José Serra à Presidência. Só lhe permitiu protelar até ao limite a decisão entre ser candidato a presidente ou à reeleição. O que, para uma psicologia hamletiana, seria mesmo o fundamental.
A dinâmica da política poderia trazer compensações para Serra, mas não o fez. Ou só o fará, segundo a opinião dominante, caso Aécio Neves se conforme com a candidatura a vice. A julgar pelo ambiente em Minas a esse respeito, exposto em editorial de "O Estado de Minas" no gênero dos que só saem raramente, a decisão nem cabe mais a Aécio Neves, apenas. Extravasou do âmbito político para o da emocionalidade, com algumas razões coerentes.
Mas nessa historiada de vice cabe outra hipótese: crer que Serra deseje, de fato, a candidatura de Aécio é uma dedução de jornalistas, que a ele transferiram o que se sabe, no máximo, ser desejo de alguns outros peessedebistas. A Aécio não conviria uma vice sem luz própria, para brilho exclusivo de Serra, nem conviria ficar como figura secundária em esperável candidatura de Serra à reeleição presidencial. Serra, por certo, sabe disso, como sabe que a ninguém é conveniente um vice com brilho.
Não sendo Aécio, quem quer que entre como vice de Serra já chega desvalorizado ao lugar, tamanha tem sido a caracterização do governador mineiro, inclusive no PSDB, como indispensável às possibilidades de Serra. É outro, e grave, efeito da tática de Serra de manter-se por tanto tempo como incógnita. E dentre todos os efeitos ainda há o que sobressai aos olhos do eleitorado: a queda forte nas pesquisas contra a subida forte de Dilma Rousseff, já os dois, considerada a margem de erro, em situação de empate técnico.
Se candidato, José Serra terá muito trabalho para reverter os males de sua tática até aqui.

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