Petistas tentam esconder esquema de corrupção
Novo tesoureiro é acusado de desviar recursos habitacionais para campanhas
Paula Sholl

Deputado José Anibal (SP)
Brasília (08) – Os petistas, sempre que são denunciados por falcatruas e corrupção, tentam esconder a verdade, desqualificar as investigações e acusar a imprensa. É o que está novamente acontecendo desde o final de semana, quando a revista Veja mostrou denúncias envolvendo João Vaccari Neto, novo tesoureiro e responsável por arrecadar recursos para a campanha da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
A publicação mostra novas investigações do Ministério Público de São Paulo, comprovando que Vaccari segue a tradição dos tesoureiros petistas: organizar esquemas para desviar recursos de empresas privadas e estatais e fundos de pensão para o partido. Vaccari agora foi mostrado como o mentor do esquema de desvio de dinheiro instalado dentro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).
Após ter acesso a um arquivo de oito mil páginas com transações realizadas pela cooperativa no período de 2001 a 2008, o promotor José Carlos Blat pediu, na sexta-feira, dia 12, a quebra do sigilo bancário do tesoureiro. O MP encontrou, no mínimo, seis saídas de dinheiro referentes ao ano de 2002 com a rubrica "doação PT". A legislação brasileira não autoriza cooperativas a fazerem doações eleitorais.
Ainda de acordo com a revista, a cooperativa prometia entregar imóveis 40% mais baratos que a concorrência de mercado. Porém, no lugar de fornecer moradia, a Bancoop irrigou as campanhas eleitorais do PT, incluindo a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, dizem as investigações.

SAQUES MILIONÁRIOS
Na avaliação do deputado federal José Aníbal (SP), o PT lamentavelmente admite a prática da corrupção. "Precisamos esclarecer à sociedade porque o país está enveredando pelo pior dos caminhos. Nesse governo, não há compromisso com a integridade e com o uso do dinheiro público", lamenta.
A investigação revela que foram realizados saques milionários em dinheiro por meio de cheques emitidos pela Bancoop para ela mesma ou para seu próprio banco. Por enquanto, em pequena amostragem analisada pelo Ministério Público, é possível constatar o desfio de finalidade de R$ 31 milhões.
"O importante não são as pessoas, e sim os fatos. Os fatos são contundentes, as provas são cabais e materiais. O crime está provado, cabe a responsabilização civil e criminal", avalia o senador Álvaro Dias (PR), para quem não há dúvida da existência do crime. "Qualquer tentativa de desqualificar o promotor é sinal de cumplicidade", destaca.
PSDB QUER EXPLICAÇÃO
A Assembleia Legislativa de São Paulo vai instalar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a participação de João Vaccari Neto no esquema. O documento de instalação tem assinatura de 32 parlamentares, número suficiente. Como o regimento da Assembleia Legislativa só permite o funcionamento de cinco comissões simultaneamente, a CPI faz parte do próximo bloco de comissões que aguardam análise da Casa para ser instalada.
"Como o senhor Vaccari não atendeu à solicitação da Assembleia Legislativa, achamos seguro instalar uma comissão parlamentar de inquérito. Agora, ele terá que comparecer, será convocado, não convidado", explica o deputado estadual Bruno Covas. "Achar que tem uma articulação feita com a bancada do PSDB, a editora abril e o Ministério Público Estadual é acreditar em papai noel", acrescenta.
FRAUDES E FANTASMAS

Veterano dirigente sindical, João Vaccari atuou como braço de apoio de Ricardo Berzoini, a quem sucedeu na presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo em 1998. O dirigente logo conquistou a amizade de Lula.
Vaccari sempre sonhou em ocupar a presidência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. No entanto, as pressões políticas foram imensas e o próprio ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não queria um sindicalista nessas funções. Vaccari teve que se contentar com uma vaga do Conselho de Administração da Itaipu Binacional.
O ROTO DEFENDENDO O ESFARRAPADO
A defesa que o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) fez da atuação do "companheiro" João Vaccari à frente da Bancoop está mais para o abraço dos afogados. Afinal, Vaccarezza foi funcionário fantasma no gabinete do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador malufista João Brasil Vita, como denunciou a Folha de S. Paulo (31.12.96).
Dizendo que não poderia trabalhar dentro do Plano de Atendimento à Saúde (PAS) – criado por Maluf - já que o PT discordava do programa, Vaccarezza procurou o partido. Durante o tempo em que esteve comissionado no gabinete da presidência da Câmara, ele só compareceu para assinar o livro de ponto, recebendo um salário líquido de R$ 1.200,00.

Esse não foi o único caso dentro do PT. Muna Zeyn, funcionária da Prefeitura, também era comissionada no gabinete do vereador José Eduardo Martins Cardoso, mas trabalhava para a ex-prefeita Luisa Erundina. Paulo Vanucchi, funcionário de carreira da Câmara Municipal e hoje secretário nacional dos Direitos Humanos, era comissionado no gabinete do então vereador Devanir Ribeiro, mas trabalhava no escritório político de Lula.
Em sua coluna na Folha de S. Paulo (1.1.97), o jornalista Elio Gaspari comentou o caso Vaccarezza dizendo que, médico concursado da Prefeitura, desde 1984, ele poderia se recusar a trabalhar no PAS se seu salário fosse pago pelo PT ou pelo sultão de Brunei. Com o dinheiro do contribuinte, ele tinha que trabalhar. Além disso, ele não era pago pelo contribuinte para fazer oposição a Maluf mas para atender aos cidadãos que precisam de médico.
A publicação mostra novas investigações do Ministério Público de São Paulo, comprovando que Vaccari segue a tradição dos tesoureiros petistas: organizar esquemas para desviar recursos de empresas privadas e estatais e fundos de pensão para o partido. Vaccari agora foi mostrado como o mentor do esquema de desvio de dinheiro instalado dentro da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).
Após ter acesso a um arquivo de oito mil páginas com transações realizadas pela cooperativa no período de 2001 a 2008, o promotor José Carlos Blat pediu, na sexta-feira, dia 12, a quebra do sigilo bancário do tesoureiro. O MP encontrou, no mínimo, seis saídas de dinheiro referentes ao ano de 2002 com a rubrica "doação PT". A legislação brasileira não autoriza cooperativas a fazerem doações eleitorais.
Ainda de acordo com a revista, a cooperativa prometia entregar imóveis 40% mais baratos que a concorrência de mercado. Porém, no lugar de fornecer moradia, a Bancoop irrigou as campanhas eleitorais do PT, incluindo a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, dizem as investigações.

SAQUES MILIONÁRIOS
Na avaliação do deputado federal José Aníbal (SP), o PT lamentavelmente admite a prática da corrupção. "Precisamos esclarecer à sociedade porque o país está enveredando pelo pior dos caminhos. Nesse governo, não há compromisso com a integridade e com o uso do dinheiro público", lamenta.
A investigação revela que foram realizados saques milionários em dinheiro por meio de cheques emitidos pela Bancoop para ela mesma ou para seu próprio banco. Por enquanto, em pequena amostragem analisada pelo Ministério Público, é possível constatar o desfio de finalidade de R$ 31 milhões.
"O importante não são as pessoas, e sim os fatos. Os fatos são contundentes, as provas são cabais e materiais. O crime está provado, cabe a responsabilização civil e criminal", avalia o senador Álvaro Dias (PR), para quem não há dúvida da existência do crime. "Qualquer tentativa de desqualificar o promotor é sinal de cumplicidade", destaca.
PSDB QUER EXPLICAÇÃO
A Assembleia Legislativa de São Paulo vai instalar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a participação de João Vaccari Neto no esquema. O documento de instalação tem assinatura de 32 parlamentares, número suficiente. Como o regimento da Assembleia Legislativa só permite o funcionamento de cinco comissões simultaneamente, a CPI faz parte do próximo bloco de comissões que aguardam análise da Casa para ser instalada.
"Como o senhor Vaccari não atendeu à solicitação da Assembleia Legislativa, achamos seguro instalar uma comissão parlamentar de inquérito. Agora, ele terá que comparecer, será convocado, não convidado", explica o deputado estadual Bruno Covas. "Achar que tem uma articulação feita com a bancada do PSDB, a editora abril e o Ministério Público Estadual é acreditar em papai noel", acrescenta.
FRAUDES E FANTASMAS

Veterano dirigente sindical, João Vaccari atuou como braço de apoio de Ricardo Berzoini, a quem sucedeu na presidência do Sindicato dos Bancários de São Paulo em 1998. O dirigente logo conquistou a amizade de Lula.
Vaccari sempre sonhou em ocupar a presidência do Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. No entanto, as pressões políticas foram imensas e o próprio ministro da Fazenda, Antônio Palocci, não queria um sindicalista nessas funções. Vaccari teve que se contentar com uma vaga do Conselho de Administração da Itaipu Binacional.
O ROTO DEFENDENDO O ESFARRAPADO
A defesa que o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) fez da atuação do "companheiro" João Vaccari à frente da Bancoop está mais para o abraço dos afogados. Afinal, Vaccarezza foi funcionário fantasma no gabinete do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, o vereador malufista João Brasil Vita, como denunciou a Folha de S. Paulo (31.12.96).
Dizendo que não poderia trabalhar dentro do Plano de Atendimento à Saúde (PAS) – criado por Maluf - já que o PT discordava do programa, Vaccarezza procurou o partido. Durante o tempo em que esteve comissionado no gabinete da presidência da Câmara, ele só compareceu para assinar o livro de ponto, recebendo um salário líquido de R$ 1.200,00.

Esse não foi o único caso dentro do PT. Muna Zeyn, funcionária da Prefeitura, também era comissionada no gabinete do vereador José Eduardo Martins Cardoso, mas trabalhava para a ex-prefeita Luisa Erundina. Paulo Vanucchi, funcionário de carreira da Câmara Municipal e hoje secretário nacional dos Direitos Humanos, era comissionado no gabinete do então vereador Devanir Ribeiro, mas trabalhava no escritório político de Lula.
Em sua coluna na Folha de S. Paulo (1.1.97), o jornalista Elio Gaspari comentou o caso Vaccarezza dizendo que, médico concursado da Prefeitura, desde 1984, ele poderia se recusar a trabalhar no PAS se seu salário fosse pago pelo PT ou pelo sultão de Brunei. Com o dinheiro do contribuinte, ele tinha que trabalhar. Além disso, ele não era pago pelo contribuinte para fazer oposição a Maluf mas para atender aos cidadãos que precisam de médico.

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